terça-feira, 16 de novembro de 2010

2008/1 - O semestre das exatas


Duas ferramentas importantes do curso – o computador e a Internet – até então um tanto misteriosas para mim, aos poucos deixaram de me amedrontar. A interdisciplina de EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS DA COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO contribuiu no esclarecimento de muitos pontos obscuros, a saber:
- a classificação, avaliação e as possibilidades de uso dos softwares educacionais;
- a história da Informática Educativa no Brasil e a construção de uma linha do tempo sobre o tema (disponível em: http://www.xtimeline.com/timeline/Hist-243-ria-da-Inform-225-tica-Educativa-no-Brasil-10);
- as ferramentas disponíveis para escritas coletivas e a utilização das mesmas junto com as colegas;
- o planejamento de aula com a utilização de vídeos educativos;
- a ampliação do meu repertório de jogos e desafios on-line, para utilizar em sala de aula ou com outros públicos;
- entre outras descobertas importantíssimas que aperfeiçoaram o uso que eu vinha fazendo dos recursos disponíveis – edição de documento, planilhas, escaneamento de imagens, trabalho com fotografias digitais...
"Se no passado a Informática era uma tecnologia distante do meu mundo, no meu futuro ela estará cada vez mais presente!" escrevi eu em 03/05/2008

As atividades realizadas na interdisciplina de REPRESENTAÇÃO DO MUNDO PELA MATEMÁTICA foram postadas em um pbwiki individual – hoje, pbworks. O site com as temáticas, leituras e demais propostas, convidativo, me fez relembrar conteúdos que não trabalho com meus alunos da Educação Infantil, mas que necessitam de uma base sólida para serem efetivamente construídos e compreendidos mais adiante. Assim, Classificação e Seriação, Números e Operações e Espaço e Forma foram unidades que agregaram sentido e variedade ao meu planejamento na turma do Maternal 2 A, como exemplificam algumas postagens do presente blog:

Formas geométricas na Educação Infantil
"... vimos que é possível trabalhar classificação com geometria, através de exercícios bastante instigantes. Assim, fomos desafiadas a usar a criatividade e propor uma atividade bem interessante que abordasse esse assunto. ...
Turma:Maternal II A (2 anos e 5 meses a 3 anos)
Atividade:Interação com sólidos geométricos.
Objetivos:
- manipular e pintar os objetos oferecidos;
- descobrir e apontar algumas semelhanças e diferenças entre os sólidos geométricos utilizados;
- separar os objetos pintados em grupos, conforme as características reconhecidas;
- auxiliar na montagem de móbiles para enfeitar a sala de aula.
Desenvolvimento:
A professora oferecerá diversos objetos para serem pintados pelos alunos com tinta apropriada, pincel ou a própria mão, em quantidade suficiente para que cada um possa escolher e pintar dois, três ou quatro, se assim o desejar. Os objetos que serão utilizados são:
- caixas de papelão, de tamanhos e formatos diversos, viradas pelo avesso e coladas novamente;
- latas vazias sem os rótulos;
- rolinhos de papelão (de papel higiênico, papel-toalha...), coladas nas extremidades para que fiquem fechadas;
- bolinhas de isopor de diferentes tamanhos;
- alguns sólidos montados com papel-cartão, como pirâmides, prisma pentagonal ou hexagonal.
Depois dessa manipulação inicial, esperar que a tinta seque e propor a observação dos objetos, levando os alunos a perceberem a existência ou ausência de pontas, os cantos, a forma cilíndrica... tudo isto com termos adequados ao seu vocabulário, é claro. Durante essa discussão, separar os objetos em grupos, de acordo com as características observadas e verbalizadas e montar, com o auxílio das crianças que ainda estiverem interessadas, um móbile com cada grupo de sólidos. ..."
"Organizei os meus alunos de Maternal II A (2 anos e 4 meses a 2 anos e 10 meses) na rodinha sobre o colchonete e iniciei um diálogo muito simples sobre compras...
Depois de esgotada essa discussão inicial, apresentei as notas de dinheiro de brinquedo e expliquei que esse dinheirinho é de brincadeira, “de continha”, mas parecido com aquele que as pessoas usam para pagar as compras nas lojas, supermercados, farmácia, etc. Propus, então, que brincássemos de mercado e organizamos na sala algumas mesas e cadeiras com potes, caixinhas, frascos e embalagens vazias de produtos presentes no nosso dia-a-dia...
É claro que surgiram pequenas disputas pelos papéis e produtos considerados mais interessantes – o caixa, o empacotador, o cereal, o condicionador “grande”, mas esses conflitos são naturais e contribuem para a assimilação de valores, posturas e certamente fortalecem os laços afetivos entre o grupo. Minha interferência também se fazia necessária quando alguém monopolizava o capital disponível. Ouvindo os argumentos usuais, o “ganancioso” acabava dividindo o dinheirinho com os amigos.Enquanto brincavam livremente de comprar, vender e transportar suas compras, pude observar a reprodução de gestos, falas e costumes dos adultos, o que ocorre também em outras simulações de situações do cotidiano..."
Classifico os estudos sobre Concepções de Natureza e Sociedade e a relação ser humano com o ambiente; Ciclos da Natureza e noções de Tempo e Espaço, em REPRESENTAÇÃO DO MUNDO PELAS CIÊNCIAS NATURAIS como imprescindíveis na formação de nossas crianças/alunos, uma vez que elas “representam a geração que, futuramente, tomará conta do nosso planeta.” E em muitas das práticas propostas pela interdisciplina, houve a contemplação dessa necessidade, conforme registro em...

Pesquisando, reaproveitando e... inovando!
“... Depois de assistir as apresentações “O Sol da Meia-noite” e “Luz e Sombra”, na biblioteca da interdisciplina no ROODA e de ler os textos "O Sol que Cura e o Sol que Mata", de Alexandre Feldman, "Os Domingos Precisam de Feriados", de Nilton Bonder, e "A Difusão do Pensamento de Edgar Morin na Pesquisa em Educação Ambiental no Brasil", de Adriana Piva, deveríamos elaborar um planejamento para desenvolver estudo sobre “ciclos da natureza” com nossos alunos.Algumas questões a serem abordadas:a) fatores ambientais necessários para manutenção do equilíbrio deste ciclo;b) importância deste ciclo para a preservação das espécies animais e vegetais;c) importância deste ciclo para a humanidade;d) interferência do ser humano no desequilíbrio deste ciclo;e) conseqüências para a sobrevivência da humanidade causadas pelo desequilíbrio deste ciclo.E agora? Meus alunos são tão pequenos...Mesmo assim, acredito que consegui realizar uma atividade importante e pertinente no Maternal II A, contando a história de uma cadeia alimentar com recursos visuais e discutindo alguns aspectos muito simples com as crianças...
Esta atividade está detalhada no webfólio da disciplina de Ciências, no Rooda, nomeada comomod 2 at 2 ciclos cristina luiza metz hanauer.doc "

Concepções de Natureza
“...Considerando as relações possíveis entre os saberes alternativos de alunos e professores e o conhecimento científico, bem como a importância de ambos no Ensino de Ciências, as idéias de certo e errado são, mais uma vez, relativizadas: o erro dos alunos passa a ser fonte de reflexão para o professor. Isso, aliado ao conhecimento e análise de alguns processos históricos de constituição de teorias científicas, pode gerar a manipulação de alguns dos instrumentos do processo de produção de conhecimentos, tais como:- a construção de problemas de investigação, de relações entre fatos e fenômenos;- a criação de explicações hipotéticas, de situações experimentais e de justificativas;- a testagem de hipóteses;- a busca de informações através de pesquisas bibliográficas;- um novo posicionamento em relação às informações adicionais;- a observação de regularidades e discrepâncias;- a descrição de fenômenos naturais;- a comparação dos dados observados com os dados da literatura;- a coordenação de conceitos de diferentes disciplinas – interdisciplinaridade;- a integração de diferentes informações;- a escolha de critérios de classificação;- a tomada de decisões, a emissão e o confronto de opiniões.Enfim, cabe ao educador consciente encontrar alternativas pedagógicas que tratem aciência como processo descontínuo de construção de conhecimentos e de verdades sempre provisórias, desconstruindo universalismos e mostrando aos seus alunos a parcialidade dos conhecimentos produzidos em nossas sociedades.”
Na primeira aula presencial de REPRESENTAÇÃO DO MUNDO PELOS ESTUDOS SOCIAIS, o desafio: trazer um registro antigo ou recente da trajetória de “fazer-se” professora de Estudos Sociais que evoque experiências do período em que foi estudante e/ou da sua prática docente. O livro de minha irmã mais nova, igual ao meu, me fez recordar as “aulinhas” à sombra das bergamoteiras, onde simulávamos testes em que as notas quase sempre eram “MB” (Muito Bom). Esse recorte de memória, juntamente com a construção de uma linha do tempo pessoal, impulsionou as reflexões sobre minha trajetória discente e docente em Estudos Sociais e, as demais desconstruções e reconstruções sobre os temas propostos, que motivam mudanças na vida profissional e pessoal, como cito em trecho de postagem da época:

“O fórum Tecendo redes de aprendizagens no Planejamento de Estudos Sociais, propôs a criação de um espaço de tecitura de saberes/fazeres docentes, que auxiliasse na discussão e na elaboração de um planejamento em Estudos Sociais, trocando experiências, compartilhando e concretizando situações educativas que integrem a escola, a comunidade e a cidade em que vivemos e educamos...
Quais redes de aprendizagem em Estudos Sociais vocês, educadores, visualizam no cotidiano de sala de aula?... os questionamentos da professora Simone, ... acabam revelando nossas fraquezas como cidadãos e também como educadores. Quando ela cita uma leitura da Pedagogia presencial (Casa Grande & Senzala, do Gilberto Freyre) para compreendermos grandes choques culturais, especialmente com as culturas indígena e africana, fico apreensiva com as lacunas da minha formação inicial e com a escassez de tempo para investir no aperfeiçoamento dessa formação.Pensando nisso, estou decidida a me licenciar em um dos concursos de 27 horas semanais, a partir de março ou abril de 2009; reorganizando com sacrifício o já complicado orçamento familiar para poder investir em qualidade de vida com maior realização pessoal e profissional!”

As atividades visando a construção das noções de tempo e espaço, assim como de pertencimento a um grupo social, mereceram atenção redobrada na minha sala de aula, depois de eu mesma ter vivenciado as experiências significativas propostas pela interdisciplina.

Brincando com o corpo e construindo noções de espaço na Educação Infantil descreve atividade primária de fundamental importância para as crianças dessa faixa etária – 3 anos, por contribuir com a sua percepção espacial de forma concreta e lúdica.

Finalmente, em SEMINÁRIO INTEGRADOR IV continuamos os registros relativos às aprendizagens de cada interdisciplina do semestre, além de iniciar o PLANO DE ESTUDOS INDIVIDUAL, cujo objetivo foi ajudar a desenvolver a autonomia discente... Confesso que organizar meus estudos é uma questão de disciplina, mas ir além daquilo que é obrigatoriamente exigido pelo curso já extrapola, de certa forma, minhas possibilidades reais de administrar 10 horas diárias na escola, casa, família, lazer... Mesmo assim, me propus a ampliar meus conhecimentos sobre o uso de algumas das ferramentas tecnológicas ao meu alcance: programas para edição de fotos, vídeos, imagens...; criação de apresentações de slides, funções do teclado e da multifuncional e de outras possibilidades disponíveis nos softwares instalados. E ainda explorar os programas HP Photosmart Essential, Microsoft PowerPoint, Nero StartSmart e outros, se possível, para qualificar os registros sobre minhas aprendizagens acadêmicas, alguns aspectos do desenvolvimento dos meus alunos e também fatos da história familiar. De certa forma, alcancei vários dos objetivos propostos.

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