terça-feira, 16 de novembro de 2010

2008/2 - Uma mistura interessante




Assim como em “Estudos Sociais” no semestre anterior, nesta interdisciplina de ESCOLA, CULTURA E SOCIEDADE - ABORDAGEM SOCIOCULTURAL E ANTROPOLÓGICA, também refleti sobre minha prática educativa e as concepções de educadora, o que, aliás, foi estimulado também por outros professores e interdisciplinas , ainda que sob enfoques diferenciados.

SER PROFESSORA...
“... as leituras - tanto obrigatórias, quanto complementares - vêm propondo aproximações com a prática e reflexões sobre a realidade da educação e da sociedade atuais.A primeira dessas reflexões foi sobre o nosso fazer cotidiano: o que é realmente ser professora? Dialogando com Paulo Freire, relembrando as aproximações com o seu pensamento, pesquisando, retornando aos textos sugeridos, pensei novamente sobre a minha própria formação docente, trazendo exemplos da experiência como professora, destacando os aspectos marcantes na formação do professor e as implicações desta formação no trabalho que hoje desenvolvo com meus alunos e alunas da Educação Infantil. Destaco alguns trechos desta atividade, disponível em:https://www.ead.ufrgs.br/rooda/webfolio/abrirArquivo.php/Usuarios/22709/Disciplinas/7728/ECS1.doc“Ser professora e suas implicações históricas”...Ao optar exclusivamente pela atuação numa escola de Educação Infantil, libertei-me da “obrigação” de aprovar ou reprovar o aluno no final de um lindo processo de construções, intervenções e descobertas, às vezes considerado insuficiente pelo professor da série seguinte, adepto do ensino “bancário”....Movida também pela consciência da precariedade da minha formação inicial, procuro o aprimoramento de minha prática através de leituras constantes, cursos, troca de experiências com colegas e, recentemente, o curso de Pedagogia à Distância, mais compatível com a minha carga horária semanal de 54 horas....Quando penso nas implicações de permanecer 10 horas diárias com meus alunos de 2 – 3 anos, fico emocionada e muito preocupada com a responsabilidade que tenho em mãos, afinal, sou um referencial importantíssimo para eles, sob vários aspectos. Conforme Freire, ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo. E confesso que essa compreensão muitas vezes me assusta. Como conscientizar esses pequenos cidadãos do seu direito e do seu dever de mudar o mundo?Recentemente, a escola promoveu mais uma edição da Mostra de Vivências, uma exposição interativa do trabalho realizado com as turmas do Berçário I até o Nível V. As crianças, as famílias e a comunidade em geral puderam conhecer os projetos desenvolvidos nessa instituição da rede municipal de ensino, explicados pelos próprios alunos. Um exemplo de que na Educação Infantil também é possível pesquisar, criar, construir conhecimentos e, principalmente, idealizar um mundo repleto de sonhos possíveis!”

Hoje vejo com outros olhos a participação recente dos meus alunos de 5 anos na 8ª Feira de Vivências/2010: mais do que a interação com os visitantes, explicando nossas produções no projeto “As pessoas e a Natureza”, incentivei a apreciação dos trabalhos das outras turmas, uma vez que seu interesse maior era justamente esse espaço desconhecido!

Por quê? Mais uma vez. discorro sobre as maravilhas do meu espaço de trabalho,
"onde a realidade (ainda) não é tão angustiante quanto a descrita no texto. Os gestores da rede municipal de ensino, de um modo geral, se esforçam para qualificar cada vez mais a educação em Ivoti. Há investimentos no aperfeiçoamento pessoal e profissional dos professores e funcionários da rede e, além disso, as famílias dos alunos, em sua maioria, auxiliam nas despesas com propostas e materiais diferenciados. Isto, sem dúvida, contribui para uma melhor qualidade do ensino. A riqueza das atividades pedagógicas oferecidas aos alunos não está vinculada à renda de seus pais e a eficiência do sistema público pode ser comparada à eficiência do privado, pois os recursos disponíveis dentro de cada rede se assemelham bastante. E devido a essa considerável qualidade do ensino, muitas famílias de classe média mantêm seus filhos nas escolas municipais, estabelecendo, inclusive, uma forte rede de apoio - financeiro, técnico e pedagógico - conferindo às escolas um caráter democrático onde seus atores - alunos, docentes, administradores e pais – mostram-se conscientes da função política da escola e de seu papel na formação do cidadão."
...



Refletir sobre questões de ordem administrativa, financeira e pedagógica foi um dos objetivos principais da interdisciplina de ORGANIZAÇÃO DO ENSINO FUNDAMENTAL . Embora presentes no meu ambiente de trabalho, como componentes básicos da autonomia escolar, reconheci nas falas de professores, colegas e tutores a complexidade de sua instauração nos diferentes sistemas e estabelecimentos de ensino. Ao situar o contexto histórico, social e político do qual emergiu a gestão democrática e os conceitos básicos que norteiam esse modo de gerir a educação atualmente, as leituras realizadas inicialmente ampliaram meus conhecimentos sobre políticas de organização da gestão dos sistemas de ensino, principalmente da escola pública. Atuando na rede municipal de ensino desde 2001, primeiro no Ensino Fundamental e agora na Educação Infantil, venho participando de forma cada vez mais crítica e ativa do processo de construção e consolidação dos princípios da gestão democrática na rede em questão, postura impulsionada pela formação continuada oferecida pelo poder responsável, mas também pelas provocações "impostas" pelo Pead, admito.

"Como em outras disciplinas do curso, anteriores e posteriores a essa, o segundo módulo da interdisciplina ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DA EDUCAÇÃO me fez pensar ... sobre a avaliação escolar...

AVALIAÇÃO... classificatória ou formativa!?

O texto base Organização Curricular da Escola e Avaliação da Aprendizagem destaca que a concepção de avaliação também deve ser debatida, discutida e estabelecida na construção do PPP pela comunidade escolar - Pais, Professores, Alunos e Funcionários. Além disso, aponta o currículo e a avaliação da aprendizagem escolar como faces indissociáveis de uma mesma moeda, que ocorrem simultaneamente.

AVALIAÇÃO CLASSIFICATÓRIA: caracteriza-se pela aplicação de instrumentos como questionários, provas, trabalhos escritos em geral, em períodos regulares (final de cada mês, bimestre ou semestre) com o objetivo de verificar a quantidade de informações que os alunos assimilaram naquele período, classificando-os em escalas de notas ou de conceitos tratados como se fossem notas. É uma concepção intensamente questionada, mas ainda utilizada por muitos professores.

AVALIAÇÃO FORMATIVA: preocupa-se com o processo de aprendizagem dos alunos ao longo do desenvolvimento curricular e ocorre por meio do seu acompanhamento, com o objetivo de reorientá-los a cada dificuldade encontrada. Possibilita uma intervenção imediata no processo de aprendizagem, permitindo que o currículo em desenvolvimento seja reconstruído durante o processo, comprovando sua natureza dinâmica no atendimento das necessidades dos alunos.

MINHA REALIDADE: ... a avaliação considera o processo de aprendizagem ao longo do desenvolvimento curricular. Acontece através de um acompanhamento centrado nos progressos dos alunos e a troca de informações entre os professores, equipe de apoio e familiares é constante – não apenas trimestral. Isso agiliza as intervenções necessárias, que visam o bem-estar dos alunos e seu pleno desenvolvimento físico, afetivo e cognitivo." ...

Como já citei anteriormente, muitas características positivas apontadas como fundamentais numa gestão democrática do ensino estão presentes na minha escola, como bem cito numa postagem da época e reitero hoje...

CONSCIÊNCIA E PARTICIPAÇÃO

"No módulo 4 – Elementos Fundamentais da Gestão Democrática – assistimos a um vídeo de entrevistas sobre o tema: http://videogestoademocratica.pbwiki.com/

... a gestão democrática é um processo lento e gradual. É preciso ter paciência para ver os resultados dessa caminhada conjunta de toda a comunidade escolar. ...

Um trecho da primeira parte do vídeo me chamou a atenção, em especial: um telespectador de Tocantins (orientador de aprendizagem) relatou que a tentativa de implantação de gestões democráticas em educação esbarra na fragilidade das relações da chamada tríplice aliança (escola, família, sociedade) que tem papel fundamental no sucesso da democracia na gestão escolar. Estas não estariam atuando de forma harmoniosa, mas isoladamente, e impondo a culpa pelo fracasso escolar no processo de ensino-aprendizagem aos demais. Uma das convidadas do programa SALTO PARA O FUTURO, a supervisora de educação da secretaria municipal de Porto Alegre, ressaltou que, para a teoria tornar-se prática, nesse caso, é preciso conciliar opiniões e isso faz parte de um processo demorado, não-linear. ... cita ainda que um dos pressupostos da democracia é trabalhar de forma positiva os conflitos, já que não há consensos pré-estabelecidos. Mais uma vez, posso me orgulhar de trabalhar num ambiente privilegiado, em que as pessoas, pais, professores e alunos, têm voz e vez! ... ”

Com muitos pontos em comum com a disciplina relembrada anteriormente, ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DA EDUCAÇÃO abordou a educação escolar como direito à cidadania e dever do Estado e da sociedade; a organização da educação no país, em seus diferentes níveis e sistema; as competências das esferas; instâncias de acompanhamento e controle; financiamento; valorização do magistério; políticas curriculares e de avaliação (MAIS UMA VEZ!), entre outras abordagens.
"A EDUCAÇÃO ENQUANTO POLÍTICA SOCIAL
Refletir a educação enquanto uma política social, no contexto da sociedade capitalista contemporânea e relacioná-la com o processo de globalização e a redefinição do papel do Estado pareceu, a princípio, uma proposta complexa. O preenchimento do quadro (cristina_conceitosestruturantes1.doc) com conceitos como globalização e neoliberalismo, sem consultas prévias, foi um desafio e tanto! Todavia, após a leitura - e releituras - do texto Política pública e gestão da educação em tempos de redefinição do papel do Estado, a redefinição dos conceitos do mesmo quadro (cristina_conceitosestruturantes2.doc) foi possível, tornando mais claros e abrangentes os meus conhecimentos sobre os mesmos."
E em meio a tantas informações deprimentes acerca das condições precárias da educação pública do Brasil, releio outra consideração da qual posso me orgulhar, depois de pesquisar sobre o Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB do município de Ivoti...
" ... as últimas administrações municipais, independente dos partidos políticos a que pertencem, vêm garantindo a oferta de condições de qualidade nas instituições públicas, o que se observa, por exemplo, na existência de recursos pedagógicos em quantidade e qualidade, nas boas condições dos prédios e instalações escolares, na garantia de um horário de planejamento para os professores e nos investimentos em formação continuada para todos os profissionais da educação." ...
Recentemente, aceitei o convite de uma colega para integrar uma chapa concorrendo à direção da nossa amada escola e tenho plena convicção de que as construções oportunizadas pelas interdisciplinas deste semestre em especial contribuiram na minha decisão, uma vez que me sinto qualificada para um trabalho de qualidade também na área de gestão escolar.
Mais um trabalho em grupo: PROJETO PEDAGÓGICO EM AÇÃO propôs e, depois de formarmos nova equipe, definimos uma PESQUISA DE CAMPO: escolhemos uma pergunta geradora, redigimos nossas dúvidas e certezas sobre a temática, organizamos um mapa conceitual inicial sobre a temática e criamos um wiki para usarmos como ambiente de trocas, postagens, enfim, para a efetiva construção do nosso trabalho:

COMO A TELEVISÃO INFLUENCIA NA EDUCAÇÃO?

Virtualmente, trocamos idéias, materiais e todas as integrantes do grupo colaboraram na busca das informações para responder à grande pergunta da pesquisa, sanar as dúvidas e comprovar as certezas.
A entrevista com pais e filhos, questionados sobre vários aspectos da televisão, sua programação e o uso que fazem desse veículo de comunicação em massa, surpreendeu:
“...a maioria dos pais – ou melhor, das mães – se preocupa com o que os filhos assistem na televisão, pois têm consciência da sua influência na educação das crianças e jovens. Os filhos, ao contrário dos pais, não têm um olhar tão crítico com relação ao conteúdo da tevê aberta, pois muitos assinalaram que ela “não torna as pessoas mais consumistas, não expõe à violência, não atrapalha o desempenho escolar.”
SERÁ??

Os estudos da interdisciplina de PSICOLOGIA DA VIDA ADULTA começaram com a elaboração de um pequeno texto sobre a vida adulta, considerando uma série de aspectos, sendo o mais interessante deles - como o adulto aprende. Através das leituras realizadas para construir um quadro identificando o maior número possível de comportamentos das diversas fases da vida adulta descritas por Erikson, procurei contemplar os diferentes aspectos solicitados, o que resultou em importantes aprendizagens.
A seguir, o link para o webfolio da interdisciplina, onde se encontra o quadro de fases da vida adulta, segundo Erikson:https://www.ead.ufrgs.br/rooda/webfolio/abrirArquivo.php/Usuarios/22709/Disciplinas/7016/quadrodefasescristina.doc
Na primeira aula presencial recebemos orientações sobre os Projetos Temáticos. Formamos os grupos e cada um escolheu um(a) líder. Optamos pelo tema “A cultura de ter filhos” e começamos a pensar nos pontos principais da pesquisa... A interação entre o grupo foi crescendo e desenvolvemos um PowerPoint melhor a cada versão. O resultado? Um trabalho de pesquisa e criação muito dinâmico, sendo que o ppt pode ser acessado no seguinte endereço:
Ao final do semestre, SEMINÁRIO INTEGRADOR V lançou um desafio e tanto:
Tendo como caso de estudo a escola, descrever situações nas quais identifico alguns dos conceitos abordados abordados durante os estudos realizados!
Que prazer reler meus escritos e constatar que a instituição da qual faço parte é "um oásis no deseto" - perdoem o clichê - e, principalmente, certificar-me da relevância da graduação em conclusão para a minha vida pessoal e profissional:
"Os trabalhos em grupo desenvolvidos no Pead, assim como aqueles utilizados em nossas salas de aula, são igualmente desafiadores para nós, alunos-professores, por exigirem posturas a que não estamos habituados, como respeito à opinião e ao tempo do outro, valorização da produção alheia na AUTORIA coletiva, COOPERAÇÃO mútua, aceitação de diferentes pontos de vista, mesmo que sejam opostos aos nossos. Às vezes, temos que controlar a ansiedade, o egoísmo, o perfeccionismo e aprender, na idade adulta, o que nossos alunos têm a oportunidade de vivenciar na infância, construindo com solidez , mas de forma lúdica e prazerosa, os importantes conteúdos curriculares selecionados em conjunto pela turma toda para o desenvolvimento dos PROJETOS de aprendizagem..."

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