terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Relações entre Currículo, Didática, Avaliação e Projeto Político-Pedagógico

Considero excelente a maneira como foram propostos esses conteúdos: uma atividade de sondagem logo no início da interdisciplina e, para finalizar, uma reflexão-síntese baseada em textos um pouco complicados, à primeira vista, mas muito eslarecedores. Transcrevo, a seguir, trechos da atividade final:
"Após as leituras realizadas, refleti sobre diferentes concepções de Currículo e Didática, internalizando melhor a ligação entre ambos e entre a avaliação, como Stenhouse, que atribui ao currículo o papel de propor intenções e modos operacionais, isto é, intenções que levem à prática e que sejam avaliadas. Para viabilizar uma aprendizagem efetiva, não basta o professor ter na sua gaveta uma listagem de “conteúdos mínimos” reaplicados a cada ano com turmas de peculiaridades distintas. Acredito, como o teórico Joel Martins, que o currículo refere-se não só às atividades realizadas pelos alunos e professores, mas também aos produtos apresentados. Através da observação da trajetória escolar do aluno e da reflexão sistemática sobre nossa prática, devemos redefinir, com autonomia e consciência, os conhecidos elementos do didático: para que ensinar, o que ensinar, quem ensina, quem aprende, como se ensina, em que condições se ensina... Assim, tomando o conhecimento como instrumento de ação, tornamo-nos (mais) responsáveis pelo nosso próprio desenvolvimento profissional. Em Ivoti, onde trabalho numa escola de educação infantil, reuniram-se, recentemente, representantes de cada série do ensino fundamental, e de cada área do conhecimento, a fim de reelaborar os Planos de Estudos, depois de ampla discussão com todos os professores da rede. Desse modo, o professor de Geografia, por exemplo, pôde opinar sobre os conteúdos essenciais aos alunos de 0 a 3 anos. Nessa discussão, todos os professores concordaram sobre a importância de auxiliar na formação ética dos alunos, com situações de aprendizagem intencionais: diálogos, reflexões, debates sobre atitudes e valores, o chamado currículo oculto. Touraine (1996), propõe quatro idéias para uma proposta de esquerda:
- a solidariedade (combater os efeitos das desigualdades sociais);
- a liberdade (fazer opções e respeitar a dos outros);
- a diversidade (reconhecer o Outro);
- saber conviver com as diferenças.
É com grande satisfação que vislumbro um pouco da minha prática diária com alunos de 1 ano e meio a 2 anos nos pressupostos acima, através de atividades que proporcionam interação afetuosa, gestos de auxílio ao outros e respeito às necessidades individuais.
Dos conteúdos pré-estabelecidos nos Planos de Estudos, para os alunos de 0 a 3 anos, procuro selecionar aqueles que considero fundamentais, mas que também estão de acordo com os interesses dos meus pequenos e às suas condições de aprendizagem. Como o tempo que permanecem atentos numa atividade dirigida ainda é relativamente curto, priorizo projetos simples incluindo a leitura de mundo, temas transversais, animais, muitas brincadeiras, construção de noções matemáticas (seriação, comparação, classificação...), contos de fadas, cantigas de roda, manifestações culturais da região, estímulo da linguagem oral, entre outros, com grande ênfase no relacionamento afetuoso e respeito ao outro."

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