terça-feira, 25 de dezembro de 2007

COMPREENDENDO MELHOR O BRINCAR




A leitura do texto "Sala de aula é lugar de brincar?", proposta pela professora Anelise na interdisciplina de Ludicidade e Educação, modificou o meu olhar sobre as brincadeiras livres e dirigidas dos meus alunos na Educação Infantil. Assim, mais consciente e conhecedora das reais contribuições do brincar na sala de aula, oportunizo momentos mais ricos e diversificados no meu contexto escolar, conforme exemplifiquei na postagem da reflexão sobre o assunto, no webfólio da interdisciplina:

"Com ou sem intencionalidade pedagógica, oportunizando brincadeiras para alcançar objetivos específicos ou pelo simples prazer de brincar, o professor contribui para aprendizagens efetivas e prazerosas, entre elas:

- o estabelecimento de elos entre a realidade interna e externa do sujeito;
- o fornecimento de uma organização para iniciar relações emocionais;
- a expressão aceitável de sentimentos agressivos;
- a ampliação da capacidade de representação;
- a apropriação do mundo de forma ativa e direta;
- a superação dos próprios limites ou oponentes;
- a transferência de interesses, fantasias, ansiedades e sentimentos de culpa.

A constatação de Freud de que “todas as brincadeiras são influenciadas por um desejo que as domina o tempo todo: o desejo de crescer e fazer o que todas as pessoas crescidas fazem” (ed. orig. 1920:28), se confirma nas minhas observações com os pequenos. Este jogo dramático que presencio quando a criança brinca de comidinha, de faz-de-conta, de mamãe/papai cuidando do bebê e outras tantas situações imaginativas, caracterizam esses desejos inconscientes de amadurecimento, de superação da infância e de muitos dos seus conflitos.

Os adultos em geral, pais ou professores, precisam (re)aprender a brincar com seus filhos ou alunos e, no ambiente familiar ou de trabalho, reconciliar-se com a criança que existe dentro de cada um, compreendendo seus desejos e necessidades e viabilizando interações produtivas para ambos.

Encerro minhas reflexões com uma frase do texto que classifico como extremamente bela e fundamental, tanto que passarei a divulgá-la entre amigos, colegas educadores e pais de alunos, até para justificar as situações delicadas pelas quais passamos ao sermos pegos em flagrante nas mais inusitadas situações...

“Não é necessário ‘ser criança’ para usufruir o brincar, pois sua herança – a criatividade – subsiste na vida adulta”."

Um comentário:

Cris Lemos disse...

Oi Cris!
Suas reflexões são profundas e demonstram sua capacidade de sintetizar novos conceitos e, principalmente, aplicá-los com seus alunos. “Não é necessário ‘ser criança’ para usufruir o brincar, pois sua herança – a criatividade – subsiste na vida adulta”."
Como educadores, compreendemos a dimensão e as implicações desta frase. Merece mesmo o destaque.
Um abraço e boa passagem de ano. Feliz 2008! Cris Lemos - tutora SL