terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Leitura de Mundo

A temática 4 desta interdisciplina propôs uma reflexão sobre a cultura visual construída ao longo da nossa vida e a importância de proporcionar estímulos diversos e apropriados para que os alunos interpretem e interajam com os objetos em discussão, aceitando as próprias limitações e aprendendo a respeitar as produções alheias. Isto, a meu ver, deve ser contemplado já nos primeiros anos de vida do ser humano, no ambiente familiar, através de muito diálogo, cautela com comentários preconceituosos e estereótipos, valorização do belo... e do não tão belo!
Destaco, como reflexão pessoal e aprendizagem significativa aplicada em sala de aula, parte da atividade postada no webfólio da interdisciplina:
Propostas de atividades com imagens:

Montagem de painéis com fotos, enviadas pelos pais, onde apareçam a criança e sua família, a criança e seu animal de estimação, a criança com um brinquedo, a criança numa situação engraçada ou alegre, a criança chorando... Como meus alunos são pequenos (1 ano e 5 meses a 1 ano e 10 meses), procuro abordar a leitura de mundo, partindo de sua casa, sua família, seus brinquedos, enfim, de seu pequeno mundo, que vai se ampliando aos poucos. Nesse sentido, relaciono as histórias contadas e as imagens apresentadas com o cotidiano do aluno. Uma das preferidas é a dos Três Porquinhos, por causa do Lobo, é claro, mas também por causa das casinhas. Abri, virei do avesso e colei novamente caixinhas de vários tamanhos, recortando portas, janelas, colando telhado e chão. Desta vez, os alunos experimentaram a pintura com o pincel para colorir as casinhas, pois geralmente oferecemos tinta para pintarem com as mãos mesmo. Fiquei intrigada com um aluno que demonstra não gostar de manusear materiais molhados, pois nem com o pincel ele quis trabalhar.

Encerro com uma citação de John Berger, crítico de arte, romancista, pintor e escritor inglês:

“A maneira como vemos as coisas é afetada pelo que sabemos ou pelo que acreditamos. (...) Só vemos aquilo que olhamos. Olhar é um ato de escolha. Como resultado dessa escolha, aquilo que vemos é trazido para o âmbito do nosso alcance - ainda que não necessariamente ao alcance da mão.”

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