sábado, 29 de novembro de 2008

Educação: políticas públicas e desigualdade no Brasil



Confesso que foi um tanto difícil relacionar o texto Desigualdades educativas estruturais no Brasil: entre Estado, privatização e descentralização com a realidade da minha escola e com a realidade da educação gaúcha.

Por quê?

Felizmente, trabalho numa escola e num município, até, em que a realidade (ainda) não é tão angustiante quanto a descrita no texto. Os gestores da rede municipal de ensino, de um modo geral, se esforçam para qualificar cada vez mais a educação em Ivoti. Há investimentos no aperfeiçoamento pessoal e profissional dos professores e funcionários da rede e, além disso, as famílias dos alunos, em sua maioria, auxiliam nas despesas com propostas e materiais diferenciados. Isto, sem dúvida, contribui para uma melhor qualidade do ensino.

A riqueza das atividades pedagógicas oferecidas aos alunos não está vinculada à renda de seus pais e a eficiência do sistema público pode ser comparada à eficiência do privado, pois os recursos disponíveis dentro de cada rede se assemelham bastante.

E devido a essa considerável qualidade do ensino, muitas famílias de classe média mantêm seus filhos nas escolas municipais, estabelecendo, inclusive, uma forte rede de apoio - financeiro, técnico e pedagógico - conferindo às escolas um caráter democrático onde seus atores - alunos, docentes, administradores e pais – mostram-se conscientes da função política da escola e de seu papel na formação do cidadão. E muitos já compreendem que reformas estruturais são infinitamente mais importantes do que realizações materiais visíveis.

Assim, espalhando pequenas sementes - invisíveis - através do meu trabalho com os pequenos, vejo a diferença que faço no ambiente em que atuo e na vida de cada um dos meus alunos. Espero poder ver, também no futuro, os bons frutos provenientes das pequenas “reformas” que ajudo a implementar nas práticas educativas e nas relações entre os membros da comunidade escolar.


Um comentário:

Simone disse...

Cristina deve ser muito prazeroso para ti trabalhar nesta escola, onde há uma grande preocupação com a qualidade do ensino. Tua realidade é bem diferente da realidade de muitas escolas que conhecemos por ai. Como diz o texto, "nas regiões afastadas dos centros, a oferta limita-se mais freqüentemente às escolas municipais e estaduais, ... A qualidade da rede pública depende da política educativa desenvolvida no plano municipal, estadual e federal." Parabéns pela tua reflexão. Um abraço, Simone - Tutora sede ECS