quinta-feira, 13 de novembro de 2008

MARX e MÉSZAROS

Escola, Cultura e Sociedade propôs diálogos entre nós, com clássicos como Marx e também com autores contemporâneos como Mészáros. Mais do que lê-los e discuti-los, tentamos entender como e em que nos ajudam a conhecer, ler, compreender e intervir em nossa realidade.
No fórum Marx e Mészáros, fomos desafiadas a refletir e discutir as idéias fundamentais de dois pensadores de épocas distintas, argumentando como os pensamentos destes autores ajudam a compreender a realidade da educação brasileira.


O economista, filósofo e socialista judeu-alemão, Karl Marx (1818 – 1883), foi um dos maiores pensadores revolucionários do século XIX. Suas idéias, no entanto, só alcançaram grande repercussão no século XX, após a revolução que criou a União Soviética. Para ele, as lutas sociais decorriam da Revolução Industrial na Europa e do conflito entre o burguês e o proletário. A história da humanidade sempre fora marcada pela luta de classes, cuja intensidade variava com o tempo. Na Antigüidade clássica, por exemplo, ela se dava pelo permanente confronto entre os senhores e os escravos. Na Idade Média, o conflito entre as classes evidenciava-se no esforço dos servos e dos vilãos (plebeus) para se emanciparem do domínio que os senhores feudais exerciam sobre eles.

Marx tinha uma visão otimista do destino da humanidade: acreditava que a batalha final, travada entre os capitalistas e os operários, levaria à vitória dos operários, que representavam a maioria da sociedade. A partir de então, se constituiria um mundo ideal onde todas as diferenças de classe desapareceriam e a igualdade entre os homens finalmente aconteceria!!! Com essa revolução social, escreveu ele ao encerrar O manifesto comunista, em 1848, “os proletários nada têm nada a perder, a não ser seus grilhões. E têm um mundo a ganhar.”
Como cientista social, a maior contribuição de Karl Marx foi seu estudo sobre o funcionamento da sociedade capitalista, cujo primeiro volume, intitulado O capital, surgiu em 1867, o único publicado em vida. Iniciando pela análise da produção das mercadorias, realiza uma impressionante descrição do sistema capitalista, sua evolução e suas transformações. Segundo ele, o capitalismo era um sistema historicamente datado e, portanto, sujeito a desaparecer no tempo. Sua existência, tal como acontecera com o escravismo e o feudalismo, terminaria com uma grande crise, uma espécie de catástrofe geral da economia e das instituições. A previsão de Marx era a de que a falência do capitalismo ocorreria nos países mais industrializados da Europa. Contraditoriamente, essa concepção marxista veio a triunfar na Rússia e na China, países rurais e atrasados.


István Mészáros, nascido em 1930, na Hungria, com doze anos e meio já trabalhava como operário em uma fábrica de aviões de carga, tendo que mentir a idade em quatro anos para isso. Começou a trabalhar como assistente de Georg Lukács, filósofo húngaro, em 1951 e seria indicado como seu sucessor na universidade de Budapeste, mas a invasão soviética de 1956 forçou-o a sair do país. Sua experiência como trabalhador e estudante na Hungria “socialista” foi determinante para a compreensão da educação como forma de superar os obstáculos da realidade. Professor da Universidade de Sussex, na Inglaterra, é um dos principais pensadores marxistas da atualidade, aliás, um pensador radical.

Ele denuncia a falsidade da idéia de que chegamos ao fim do imperialismo e da era dos impérios, apresentando uma crítica corajosa que demonstra a agressividade da política norte-americana num mundo onde a globalização se caracteriza pela degradação ambiental, pela desvalorização do trabalho, pelos massacres dos povos, pela perda dos sentidos e dos valores de humanidade e de vida social, impondo ao mundo uma política de destruição próxima de seu limite.

Foi muito prazeroso e instrutivo pesquisar e discutir sobre esses dois geniais pensadores, refletindo sobre as diferentes concepções do humano, escola, educação, cultura, sociedade e educação escolar no Brasil e no mundo.

Um comentário:

Simone disse...

Olá Cristina!
Tua postagem demonstra o envolvimento que tiveste com os dois autores vistos na interdisciplina. Realmente, o pensamento de Marx trouxe uma nova concepção de mundo que revolucionou o conhecimento e a interpretação da sociedade capitalista durante os séculos XIX e XX. É difícil analisar a sociedade humana sem fazer referência à produção de Marx. Para ele, todo o conhecimento deve servir para ajudar e melhorar a vida das pessoas nesse mundo. Esperamos que, realmente, a interdisciplina tenha te ajudado a refletir "sobre as diferentes concepções do humano, escola, educação, cultura, sociedade e educação escolar no Brasil e no mundo." Um abraço, Simone - Tutora sede ECS