segunda-feira, 17 de maio de 2010

Dias atípicos exigem posturas mais inovadoras ainda



Mais alguns daqueles dias em que é impossível sair para caminhar com a turma, brincar na pracinha ou até mesmo utilizar o pátio coberto, devido ao frio, umidade ou chuva.

Assim, em vez de irmos até a pracinha do campo - interagir com as demais turmas do prédio em outro espaço e observar alguns aspectos das casas pelo caminho - optei por uma modalidade de brincadeira livre que meus alunos simplesmente adoram: a criação de "cantinhos" temporários com temas relacionados às realidades do mundo infantil ou adulto.

Com menos frequência do que gostaria e deveria, participo dessas incursões pelo mundo da fantasia infantil, ocupando um lugar de honra na mesinha de chá, no salão de beleza, na fazenda de animais ou na escrivaninha da secretária. Segundo meus alunos, "pareço uma criança!" Nesses momentos, acredito que o diferencial que encanta as crianças e fortalece os vínculos afetivos entre o adulto mediador e aqueles que, em geral, desempenham um papel de submissão no ambiente escolar é o meu comportamento sério, minhas falas compenetradas e a importância que dou aos rituais realizados... E eles até riem de mim, dizendo que é só de mentirinha, e a profe não sabia... É claro que, no fundo, eles sabem que tudo não passa de um jogo, ou não?

Essa forma de abordagem dramática na educação se mantém como uma expressão contemporânea do teatro na escola, voltado para a subjetividade, visto que pressupõe as relações de cada indivíduo com seu imaginário e com sua expressividade. Este faz-de-conta infantil, uma prática lúdica individual ou em grupo, propõe a improvisação de um tema ou situação previamente escolhida, geralmente por eles. Não implica a participação de uma platéia, o que confere, a meu ver, uma espontaneidade e um prazer muito maiores a esses jogos. Não os utilizo com o objetivo de apresentação ou representação de algo, nem de apropriação dos mecanismos fundamentais do teatro, mas pela alegria, bem-estar e desenvolvimento afetivo, cognitivo e social que proporcionam a meus alunos e -por que não? - a mim também.

REFERÊNCIAS:

FUCHS, Ana Carolina Müller. Formas de abordagem dramática na educação. PEAD, 2007. Acesso em: 17. mai. 2010.



Um comentário:

Patricia Grasel disse...

Cris muito boa sua postagem, gostei de saber um pouquinho mais sobre o que está realizando com seus alunos em sua prática de estágio. Bjo