quinta-feira, 18 de novembro de 2010

"WE ARE THE CHAMPIONS - MY FRIENDS..."





No último semestre antes do estágio curricular de 180 horas, muitas expectativas... A maior de todas, para mim, é a proximidade da tão sonhada formatura: não apenas como o encerramento de uma longa e difícil jornada, mas como o início de uma nova etapa com outros objetivos a serem perseguidos.


Nos estudos sobre o pai da Didática, propostos em DIDÁTICA, PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO, surpreendi-me com a aproximação de algumas ideias desse pensador com certas especificidades da minha prática. Da postagem As preocupações de Comenius..., resgato um trecho onde afirmo que...


"Percebi, através das leituras realizadas, que Comênio preocupava-se com o sucesso escolar dos alunos e, na escola de Educação Infantil em que atuo, a maioria dos professores também investe muito esforço na efetiva construção da aprendizagem, sob vários aspectos. Consideramos as necessidades e as capacidades dos alunos e alternamos atividades dirigidas e livres. O bom relacionamento entre todos é incentivado sempre. Muitas vezes, eu também gostaria de descobrir um método com o qual eu “ensinasse” - ou falasse - menos e meus alunos “aprendessem” – ou ouvissem – mais... “Menos barulho, menos enfado, menos trabalho inútil” também seriam bem-vindos, assim como “mais recolhimento, mais atrativos e mais sólidos progressos”! Assim como idealizava Comênio, em minhas propostas de trabalho, incluo a observação e a experimentação, privilegiando a exploração dos cinco sentidos e o estudo, com atividades lúdicas, sobre alguns temas da natureza. Entretanto, percebo uma mistura do novo e do velho na minha prática, pois sou um pouco de tudo o que vivi até agora, no âmbito familiar, escolar e social e, por mais que tente me livrar de certas características indesejáveis, elas afloram... estão por demais enraizadas no meu ser."


Os estudos sobre Currículo Integrado, propostos na Unidade 2 da interdisciplina tinham como objetivos: identificar as influências dos modos de produção nos sistemas educacionais; compreender as origens das propostas do currículo integrado e exercitar o planejamento de uma atividade interdisciplinar.


Apesar de ser um tema amplamente discutido há tempos na área da educação, foi extremamente positivo voltar a estudá-lo, dessa vez com a colaboração de uma colega. Currículo Integrado - reflexão em duplas, postagem referente à atividade, incitou uma discussão sobre os obstáculos da excessiva fragmentação do conhecimento disciplinar e possíveis alternativas a isso. Duas leituras apoiaram a produção textual. A partir do fragmento de Japiassu (1994), sobre divisão das disciplinas escolares, naturalmente aceita como ‘correta’ e ‘imutável’, produzimos, em duplas, uma reflexão sobre a relação entre a “fragmentação dos processos de produção (Taylorismo & Fordismo) e a cultura escolar” e também sobre a relação entre as novas necessidades das economias de produção flexível com o sistema escolar. Um tema por demais complexo para ser sintetizado em 25 a 30 linhas, na minha opinião.

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL, área defendida com paixão pela Profª Dóris iniciou com o estudo da legislação vigente (vide EJA - Parecer CEB 11/2000). Na unidade História da Educação de Jovens e Adultos e Políticas Públicas - o grupo 7 envolveu-se na produção de reflexões que possibilitaram uma aproximação mais responsável da realidade dessa área da educação escolar. Através do Parecer CEB no 11/2000, elaborado por Carlos Roberto Jamil Cury (membro do Conselho Nacional de Educação), inteiramo-nos das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos, bem como debatemos sobre algumas questões importantes na aula presencial do dia 02/09. Diante da possibilidade de melhor conhecer diferentes aspectos da EJA no que se refere aos seus fundamentos e funções, à sua legislação específica e à sua história, eu e minhas colegas, Emília e Maria Margarete, compartilhamos nossas interpretações por meio do fórum no Rooda.

Foi com com certa ansiedade que esperei pelo primeiro encontro da interdisciplina LINGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS - EAD. Mas na postagem AULA PRESENCIAL NOTA DEZ!!!!!, através de algumas histórias, dinâmicas e brincadeiras, a professora Janaína nos desafiou a olhar - e ver - com muito mais atenção... com seus gestos, suas expressões faciais e, principalmente, seu olhar, ela foi tão ou mais eloquente do que um orador talentoso que usa a sua voz para transmitir uma mensagem. Mensagem de respeito, de orgulho, de igualdade na diversidade! De certa forma, foi um alívio saber que não precisaremos nos tornar "experts" na comunicação através de Libras, mas, sim, conhecer o sujeito surdo, a legislação, a organização das escolas especiais - defendidas pela professora como um importante espaço de interação e aprendizagem.Afinal, a sociedade deveria oferecer - a todo ser humano, ouvinte ou não - o máximo de oportunidades para que este pudesse usufruir plenamente de sua cidadania. E, dentre essas oportunidades, está uma educação escolar de qualidade, afinal, O SOL NASCE PRA TODOS...


A meu ver, a principal aprendizagem construída a partir da interdisciplina LINGUAGEM E EDUCAÇÃO está parcialmente descrita em TROCANDO IDEIAS E SUGESTÕES DE ATIVIDADES... Compartilhar o planejamento de algumas horas de atividades com as colegas do Pead que também atuam na Educação Infantil foi um momento valiosíssimo da aula presencial do dia 11 de novembro. A professora Iole pontuou alguns aspectos relativos à organização formal - escrita - do planejamento organizado e apresentado, sendo que a maior parte das dúvidas foram com relação à "sistematização" solicitada nas orientações referentes ao desenvolvimento da atividade. Para mim, ficou mais claro que essa atividade de sistematização é algo que está relacionado ao conteúdo escolar, como uma forma de compreendê-lo melhor através de exercícios, desafios, charadas... No meu planejamento, a atividade de sistematização consistia na leitura do texto coletivo, cujo objetivo era oportunizar um confronto (inicial) com a leitura de palavras e frases, acompanhadas de garatujas e desenhos. Dessa forma, a criança amplia a sua compreensão sobre uma das funções sociais da leitura - e escrita: a transmissão de informações com um determinado objetivo.


Como sempre, SEMINÁRIO INTEGRADOR VII interligou as demais interdisciplinas, sendo que Teses sobre Projetos de Aprendizagem - argumentações nem tão fáceis assim! indicam um amadurecimento das ideias sobre a temática, pois, após desenvolvermos dois Projetos de Aprendizagem em momentos distintos do curso de Pedagogia a Distância da UFRGS, os elementos constitutivos dessa metodologia de aprendizagem - se é que podemos chamá-la assim - vão se tornando cada vez mais claros, ao menos para mim. Isto foi possível graças à tarefa de refletir e argumentar sobre cada etapa e recurso do PA, levando em consideração algumas teses apresentadas e o confronto das mesmas com as ideias das colegas.


Já no início do texto "APRENDIZES DO FUTURO: AS INOVAÇÕES COMEÇARAM!PROJETO? O QUE É? COMO SE FAZ?", as autoras LÉA DA CRUZ FAGUNDES, LUCIANE SAYURI SATO e DÉBORA LAURINO MAÇADA, trazem a definição do termo PROJETO: ... São associadas a esse termo diferentes acepções: intenção (propósito, objetivo, o problema a resolver); esquema (design); metodologia (planos, procedimentos, estratégias,desenvolvimento). Assim podem ser concebidas a atividade intelectual de elaboração do projeto e as atividades múltiplas de sua realização. (Boutinet, 1990).


No workshop de encerramento de semestre, dividi com os presentes um pensamento que considero muitíssimo pertinente, em face da inversão de valores que observamos ao nosso redor e que é, em grande parte, causadora de muitas das atrocidades cometidas pelo homem contra a própria humanidade...


"Os educadores precisam compreender que ajudar as pessoas a se tornarem pessoas é muito mais importante do que ajudá-las a tornarem-se matemáticas, poliglotas ou coisa que o valha."
Carl Rogers, psicólogo norte-americano (1902-1987)









2009/1 - No 6º semestre

DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM SOB O ENFOQUE DA PSICOLOGIA II propôs o resgate de conceitos formulados no início do curso:


O que é, para você, o conhecimento?
Para você, como ocorre a aprendizagem?
Considerando suas respostas anteriores, como deveria ser, na sua opinião, o ensino na escola?


Neste 6º eixo do curso, à luz do texto Modelos Pedagógicos e Modelos Epistemológicos, de Fernando Becker, refleti sobre as respostas anteriores e esquematizei algumas informações sobre as formas de representar a relação ensino/aprendizagem escolar citadas pelo autor. Assim, constatei que minhas concepções iniciais sobre conhecimento e aprendizagem estão relacionadas, basicamente, às idéias contempladas pela Pedagogia relacional, na qual o processo de ensino-aprendizagem compreende ações e reflexões significativas dos sujeitos – aluno e professor - sobre os objetos, mesclando o mundo prático do educando com o mundo conceitual do educador, numa (re) construção coletiva que permite a formação de cidadãos mais felizes, por serem estes mais conscientes, produtivos e responsáveis.
A fim de identificar e justificar o estádio de desenvolvimento de uma criança, a partir do significado de suas respostas na aplicação de uma das provas sugeridas pelo Método Clínico Piagetiano, formei dupla com a colega Emília e, juntas, refletimos sobre algumas características da fase de desenvolvimento em questão. Para registrar a aplicação da prova, utilizamos um roteiro e, para justificar o estádio de desenvolvimento da criança, o material anteriormente trabalhado na aula 5 (estádios do desenvolvimento) e no estudo do método clínico piagetiano.
TRECHO DO TRABALHO RESULTANTE DA PESQUISA:
"Após essa análise, o grupo continua acreditando que a criança se encontra no estádio de desenvolvimento apontado na atividade anterior - num segundo estágio de desenvolvimento cognitivo, no qual temos a representação pré-operacional - o início da linguagem, da função simbólica e, assim, do pensamento ou representação. Não há ainda conservação, que é o critério psicológico da presença de operações reversíveis. Por exemplo, se transformarmos uma bolinha de massa de modelar em uma salsicha, a criança em fase pré-operacional pensará que há mais em uma forma do que na outra. Na ausência da reversibilidade, não há conservação da quantidade."
Outra reflexão sobre a prática em ...
Uma abordagem significativa feita pela Profª Tânia foi na construção de um mapa conceitual em grupo. Esquematizamos os principais conceitos da EPISTEMOLOGIA GENÉTICA estudados na interdisciplina, conforme descrevo em UM MAPA CONCEITUAL PRESENCIAL.
Um works criado exclusivamente para a interdisciplina de EDUCAÇÃO DE PESSOAS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS contém as principais reflexões, pesquisas e estudos sobre o assunto, amplamente discutido na atualidade. Ao ampliar meus conhecimentos sobre a realidade local, constatei que haveria um número muito maior de casos de inclusão nas escolas da rede municipal no ano seguinte e várias providências estavam sendo tomadas para que esses alunos fossem efetivamente incluídos:
- a flexibilização do currículo, com adaptações e novas práticas facilitadores da aprendizagem;
- a revisão de posturas e conceitos;
- a adaptação dos espaços físicos;
- a qualificação dos profissionais da educação, em geral, entre outras ações.
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO tinha como objetivos principais desenvolver o conteúdo da reflexão ética aplicada à educação e desenvolver a capacidade de argumentar e analisar conceitos.
Inicialmente, a compreensão do conceito e da estrutura de um argumento, causaram uma certa apreensão, mas, aos poucos, a atividade inicial e o fórum de discussão sobre o assunto clarearam minhas ideias.
RELEITURAS DE KANT E ADORNO traz as perguntas elaboradas pela colega Cristiane, que exigiram uma releitura atenta de ambos os textos (Sobre a Pedagogia, Kant e Educação após Auschwitz, Adorno), desta vez com minha atenção voltada a dois aspectos mais específicos da educação – a autonomia e a primeira infância. A partir desse novo olhar, pude estabelecer novas relações entre as ideias dos filósofos, que nas leituras anteriores não estavam tão evidentes.
Com relação à primeira infância, Adorno acredita que “quanto mais bem forem tratadas as crianças, quanto menos forem negadas na infância, mais chances elas terão.”
Kant destaca, dentre os cuidados da infância, a conservação, o trato, a disciplina e a instrução com a formação.
O Clube do Imperador provocou reflexões sobre princípios e conflitos morais: um professor, dividido entre seguir valores que cultua - como decência, honestidade, honra e empenho pessoal (princípios que basearam a civilização ocidental) - ou dar uma chance a um aluno promissor, cujo pai é ausente, mas mesmo assim um péssimo exemplo para o filho. Exemplo esse que, vê-se no final, acaba prevalecendo.
Muitas atividades da inovadora interdisciplina QUESTÕES ÉTNICO-RACIAIS NA EDUCAÇÃO: SOCIOLOGIA E HISTÓRIA caracterizaram-se como um marco importante na minha vida acadêmica, pois as vivências oportunizadas – leituras, reflexões, fóruns, planejamento e aplicação de práticas – lançaram-me de volta a realidades que, por vezes, parecem muito distantes do ambiente de trabalho privilegiado no qual atuo. Apesar da triste realidade de discriminação que prevalece na sociedade, em geral, percebo uma postura diferente nas pessoas ao meu redor: auto-imagem positiva; relação de amor com a escola e com os colegas; aceitação do outro e de suas particularidades.
Na atuação docente, reflexos do curso: padrões de beleza; valorização do diferente e igualdade de direitos. Estes foram alguns dos conceitos abordados na prática aplicada numa turma de Educação Infantil de 3 anos! Um estilo musical pouco valorizado na cultura predominantemente germânica de Ivoti foi a trilha sonora que animou nossas atividades: o samba! Mais detalhes em:
Finalmente, SEMINÁRIO INTEGRADOR VI lançou novos olhares sobre o PA (Projeto Pedagógico em Ação), quando novas questões, escolhidas pelos grupos formados, começaram a ser exploradas...
Em MUDANDO DE ASSUNTO... BIOLOGIA! externei minhas expectativas iniciais com relação ao nosso projeto Hibridização animal que, afinal, oportunizou significativas construções sobre os elementos de um Projeto de Aprendizagem e a sua importância para a aprendizagem.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

2008/2 - Uma mistura interessante




Assim como em “Estudos Sociais” no semestre anterior, nesta interdisciplina de ESCOLA, CULTURA E SOCIEDADE - ABORDAGEM SOCIOCULTURAL E ANTROPOLÓGICA, também refleti sobre minha prática educativa e as concepções de educadora, o que, aliás, foi estimulado também por outros professores e interdisciplinas , ainda que sob enfoques diferenciados.

SER PROFESSORA...
“... as leituras - tanto obrigatórias, quanto complementares - vêm propondo aproximações com a prática e reflexões sobre a realidade da educação e da sociedade atuais.A primeira dessas reflexões foi sobre o nosso fazer cotidiano: o que é realmente ser professora? Dialogando com Paulo Freire, relembrando as aproximações com o seu pensamento, pesquisando, retornando aos textos sugeridos, pensei novamente sobre a minha própria formação docente, trazendo exemplos da experiência como professora, destacando os aspectos marcantes na formação do professor e as implicações desta formação no trabalho que hoje desenvolvo com meus alunos e alunas da Educação Infantil. Destaco alguns trechos desta atividade, disponível em:https://www.ead.ufrgs.br/rooda/webfolio/abrirArquivo.php/Usuarios/22709/Disciplinas/7728/ECS1.doc“Ser professora e suas implicações históricas”...Ao optar exclusivamente pela atuação numa escola de Educação Infantil, libertei-me da “obrigação” de aprovar ou reprovar o aluno no final de um lindo processo de construções, intervenções e descobertas, às vezes considerado insuficiente pelo professor da série seguinte, adepto do ensino “bancário”....Movida também pela consciência da precariedade da minha formação inicial, procuro o aprimoramento de minha prática através de leituras constantes, cursos, troca de experiências com colegas e, recentemente, o curso de Pedagogia à Distância, mais compatível com a minha carga horária semanal de 54 horas....Quando penso nas implicações de permanecer 10 horas diárias com meus alunos de 2 – 3 anos, fico emocionada e muito preocupada com a responsabilidade que tenho em mãos, afinal, sou um referencial importantíssimo para eles, sob vários aspectos. Conforme Freire, ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo. E confesso que essa compreensão muitas vezes me assusta. Como conscientizar esses pequenos cidadãos do seu direito e do seu dever de mudar o mundo?Recentemente, a escola promoveu mais uma edição da Mostra de Vivências, uma exposição interativa do trabalho realizado com as turmas do Berçário I até o Nível V. As crianças, as famílias e a comunidade em geral puderam conhecer os projetos desenvolvidos nessa instituição da rede municipal de ensino, explicados pelos próprios alunos. Um exemplo de que na Educação Infantil também é possível pesquisar, criar, construir conhecimentos e, principalmente, idealizar um mundo repleto de sonhos possíveis!”

Hoje vejo com outros olhos a participação recente dos meus alunos de 5 anos na 8ª Feira de Vivências/2010: mais do que a interação com os visitantes, explicando nossas produções no projeto “As pessoas e a Natureza”, incentivei a apreciação dos trabalhos das outras turmas, uma vez que seu interesse maior era justamente esse espaço desconhecido!

Por quê? Mais uma vez. discorro sobre as maravilhas do meu espaço de trabalho,
"onde a realidade (ainda) não é tão angustiante quanto a descrita no texto. Os gestores da rede municipal de ensino, de um modo geral, se esforçam para qualificar cada vez mais a educação em Ivoti. Há investimentos no aperfeiçoamento pessoal e profissional dos professores e funcionários da rede e, além disso, as famílias dos alunos, em sua maioria, auxiliam nas despesas com propostas e materiais diferenciados. Isto, sem dúvida, contribui para uma melhor qualidade do ensino. A riqueza das atividades pedagógicas oferecidas aos alunos não está vinculada à renda de seus pais e a eficiência do sistema público pode ser comparada à eficiência do privado, pois os recursos disponíveis dentro de cada rede se assemelham bastante. E devido a essa considerável qualidade do ensino, muitas famílias de classe média mantêm seus filhos nas escolas municipais, estabelecendo, inclusive, uma forte rede de apoio - financeiro, técnico e pedagógico - conferindo às escolas um caráter democrático onde seus atores - alunos, docentes, administradores e pais – mostram-se conscientes da função política da escola e de seu papel na formação do cidadão."
...



Refletir sobre questões de ordem administrativa, financeira e pedagógica foi um dos objetivos principais da interdisciplina de ORGANIZAÇÃO DO ENSINO FUNDAMENTAL . Embora presentes no meu ambiente de trabalho, como componentes básicos da autonomia escolar, reconheci nas falas de professores, colegas e tutores a complexidade de sua instauração nos diferentes sistemas e estabelecimentos de ensino. Ao situar o contexto histórico, social e político do qual emergiu a gestão democrática e os conceitos básicos que norteiam esse modo de gerir a educação atualmente, as leituras realizadas inicialmente ampliaram meus conhecimentos sobre políticas de organização da gestão dos sistemas de ensino, principalmente da escola pública. Atuando na rede municipal de ensino desde 2001, primeiro no Ensino Fundamental e agora na Educação Infantil, venho participando de forma cada vez mais crítica e ativa do processo de construção e consolidação dos princípios da gestão democrática na rede em questão, postura impulsionada pela formação continuada oferecida pelo poder responsável, mas também pelas provocações "impostas" pelo Pead, admito.

"Como em outras disciplinas do curso, anteriores e posteriores a essa, o segundo módulo da interdisciplina ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DA EDUCAÇÃO me fez pensar ... sobre a avaliação escolar...

AVALIAÇÃO... classificatória ou formativa!?

O texto base Organização Curricular da Escola e Avaliação da Aprendizagem destaca que a concepção de avaliação também deve ser debatida, discutida e estabelecida na construção do PPP pela comunidade escolar - Pais, Professores, Alunos e Funcionários. Além disso, aponta o currículo e a avaliação da aprendizagem escolar como faces indissociáveis de uma mesma moeda, que ocorrem simultaneamente.

AVALIAÇÃO CLASSIFICATÓRIA: caracteriza-se pela aplicação de instrumentos como questionários, provas, trabalhos escritos em geral, em períodos regulares (final de cada mês, bimestre ou semestre) com o objetivo de verificar a quantidade de informações que os alunos assimilaram naquele período, classificando-os em escalas de notas ou de conceitos tratados como se fossem notas. É uma concepção intensamente questionada, mas ainda utilizada por muitos professores.

AVALIAÇÃO FORMATIVA: preocupa-se com o processo de aprendizagem dos alunos ao longo do desenvolvimento curricular e ocorre por meio do seu acompanhamento, com o objetivo de reorientá-los a cada dificuldade encontrada. Possibilita uma intervenção imediata no processo de aprendizagem, permitindo que o currículo em desenvolvimento seja reconstruído durante o processo, comprovando sua natureza dinâmica no atendimento das necessidades dos alunos.

MINHA REALIDADE: ... a avaliação considera o processo de aprendizagem ao longo do desenvolvimento curricular. Acontece através de um acompanhamento centrado nos progressos dos alunos e a troca de informações entre os professores, equipe de apoio e familiares é constante – não apenas trimestral. Isso agiliza as intervenções necessárias, que visam o bem-estar dos alunos e seu pleno desenvolvimento físico, afetivo e cognitivo." ...

Como já citei anteriormente, muitas características positivas apontadas como fundamentais numa gestão democrática do ensino estão presentes na minha escola, como bem cito numa postagem da época e reitero hoje...

CONSCIÊNCIA E PARTICIPAÇÃO

"No módulo 4 – Elementos Fundamentais da Gestão Democrática – assistimos a um vídeo de entrevistas sobre o tema: http://videogestoademocratica.pbwiki.com/

... a gestão democrática é um processo lento e gradual. É preciso ter paciência para ver os resultados dessa caminhada conjunta de toda a comunidade escolar. ...

Um trecho da primeira parte do vídeo me chamou a atenção, em especial: um telespectador de Tocantins (orientador de aprendizagem) relatou que a tentativa de implantação de gestões democráticas em educação esbarra na fragilidade das relações da chamada tríplice aliança (escola, família, sociedade) que tem papel fundamental no sucesso da democracia na gestão escolar. Estas não estariam atuando de forma harmoniosa, mas isoladamente, e impondo a culpa pelo fracasso escolar no processo de ensino-aprendizagem aos demais. Uma das convidadas do programa SALTO PARA O FUTURO, a supervisora de educação da secretaria municipal de Porto Alegre, ressaltou que, para a teoria tornar-se prática, nesse caso, é preciso conciliar opiniões e isso faz parte de um processo demorado, não-linear. ... cita ainda que um dos pressupostos da democracia é trabalhar de forma positiva os conflitos, já que não há consensos pré-estabelecidos. Mais uma vez, posso me orgulhar de trabalhar num ambiente privilegiado, em que as pessoas, pais, professores e alunos, têm voz e vez! ... ”

Com muitos pontos em comum com a disciplina relembrada anteriormente, ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DA EDUCAÇÃO abordou a educação escolar como direito à cidadania e dever do Estado e da sociedade; a organização da educação no país, em seus diferentes níveis e sistema; as competências das esferas; instâncias de acompanhamento e controle; financiamento; valorização do magistério; políticas curriculares e de avaliação (MAIS UMA VEZ!), entre outras abordagens.
"A EDUCAÇÃO ENQUANTO POLÍTICA SOCIAL
Refletir a educação enquanto uma política social, no contexto da sociedade capitalista contemporânea e relacioná-la com o processo de globalização e a redefinição do papel do Estado pareceu, a princípio, uma proposta complexa. O preenchimento do quadro (cristina_conceitosestruturantes1.doc) com conceitos como globalização e neoliberalismo, sem consultas prévias, foi um desafio e tanto! Todavia, após a leitura - e releituras - do texto Política pública e gestão da educação em tempos de redefinição do papel do Estado, a redefinição dos conceitos do mesmo quadro (cristina_conceitosestruturantes2.doc) foi possível, tornando mais claros e abrangentes os meus conhecimentos sobre os mesmos."
E em meio a tantas informações deprimentes acerca das condições precárias da educação pública do Brasil, releio outra consideração da qual posso me orgulhar, depois de pesquisar sobre o Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB do município de Ivoti...
" ... as últimas administrações municipais, independente dos partidos políticos a que pertencem, vêm garantindo a oferta de condições de qualidade nas instituições públicas, o que se observa, por exemplo, na existência de recursos pedagógicos em quantidade e qualidade, nas boas condições dos prédios e instalações escolares, na garantia de um horário de planejamento para os professores e nos investimentos em formação continuada para todos os profissionais da educação." ...
Recentemente, aceitei o convite de uma colega para integrar uma chapa concorrendo à direção da nossa amada escola e tenho plena convicção de que as construções oportunizadas pelas interdisciplinas deste semestre em especial contribuiram na minha decisão, uma vez que me sinto qualificada para um trabalho de qualidade também na área de gestão escolar.
Mais um trabalho em grupo: PROJETO PEDAGÓGICO EM AÇÃO propôs e, depois de formarmos nova equipe, definimos uma PESQUISA DE CAMPO: escolhemos uma pergunta geradora, redigimos nossas dúvidas e certezas sobre a temática, organizamos um mapa conceitual inicial sobre a temática e criamos um wiki para usarmos como ambiente de trocas, postagens, enfim, para a efetiva construção do nosso trabalho:

COMO A TELEVISÃO INFLUENCIA NA EDUCAÇÃO?

Virtualmente, trocamos idéias, materiais e todas as integrantes do grupo colaboraram na busca das informações para responder à grande pergunta da pesquisa, sanar as dúvidas e comprovar as certezas.
A entrevista com pais e filhos, questionados sobre vários aspectos da televisão, sua programação e o uso que fazem desse veículo de comunicação em massa, surpreendeu:
“...a maioria dos pais – ou melhor, das mães – se preocupa com o que os filhos assistem na televisão, pois têm consciência da sua influência na educação das crianças e jovens. Os filhos, ao contrário dos pais, não têm um olhar tão crítico com relação ao conteúdo da tevê aberta, pois muitos assinalaram que ela “não torna as pessoas mais consumistas, não expõe à violência, não atrapalha o desempenho escolar.”
SERÁ??

Os estudos da interdisciplina de PSICOLOGIA DA VIDA ADULTA começaram com a elaboração de um pequeno texto sobre a vida adulta, considerando uma série de aspectos, sendo o mais interessante deles - como o adulto aprende. Através das leituras realizadas para construir um quadro identificando o maior número possível de comportamentos das diversas fases da vida adulta descritas por Erikson, procurei contemplar os diferentes aspectos solicitados, o que resultou em importantes aprendizagens.
A seguir, o link para o webfolio da interdisciplina, onde se encontra o quadro de fases da vida adulta, segundo Erikson:https://www.ead.ufrgs.br/rooda/webfolio/abrirArquivo.php/Usuarios/22709/Disciplinas/7016/quadrodefasescristina.doc
Na primeira aula presencial recebemos orientações sobre os Projetos Temáticos. Formamos os grupos e cada um escolheu um(a) líder. Optamos pelo tema “A cultura de ter filhos” e começamos a pensar nos pontos principais da pesquisa... A interação entre o grupo foi crescendo e desenvolvemos um PowerPoint melhor a cada versão. O resultado? Um trabalho de pesquisa e criação muito dinâmico, sendo que o ppt pode ser acessado no seguinte endereço:
Ao final do semestre, SEMINÁRIO INTEGRADOR V lançou um desafio e tanto:
Tendo como caso de estudo a escola, descrever situações nas quais identifico alguns dos conceitos abordados abordados durante os estudos realizados!
Que prazer reler meus escritos e constatar que a instituição da qual faço parte é "um oásis no deseto" - perdoem o clichê - e, principalmente, certificar-me da relevância da graduação em conclusão para a minha vida pessoal e profissional:
"Os trabalhos em grupo desenvolvidos no Pead, assim como aqueles utilizados em nossas salas de aula, são igualmente desafiadores para nós, alunos-professores, por exigirem posturas a que não estamos habituados, como respeito à opinião e ao tempo do outro, valorização da produção alheia na AUTORIA coletiva, COOPERAÇÃO mútua, aceitação de diferentes pontos de vista, mesmo que sejam opostos aos nossos. Às vezes, temos que controlar a ansiedade, o egoísmo, o perfeccionismo e aprender, na idade adulta, o que nossos alunos têm a oportunidade de vivenciar na infância, construindo com solidez , mas de forma lúdica e prazerosa, os importantes conteúdos curriculares selecionados em conjunto pela turma toda para o desenvolvimento dos PROJETOS de aprendizagem..."

2008/1 - O semestre das exatas


Duas ferramentas importantes do curso – o computador e a Internet – até então um tanto misteriosas para mim, aos poucos deixaram de me amedrontar. A interdisciplina de EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS DA COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO contribuiu no esclarecimento de muitos pontos obscuros, a saber:
- a classificação, avaliação e as possibilidades de uso dos softwares educacionais;
- a história da Informática Educativa no Brasil e a construção de uma linha do tempo sobre o tema (disponível em: http://www.xtimeline.com/timeline/Hist-243-ria-da-Inform-225-tica-Educativa-no-Brasil-10);
- as ferramentas disponíveis para escritas coletivas e a utilização das mesmas junto com as colegas;
- o planejamento de aula com a utilização de vídeos educativos;
- a ampliação do meu repertório de jogos e desafios on-line, para utilizar em sala de aula ou com outros públicos;
- entre outras descobertas importantíssimas que aperfeiçoaram o uso que eu vinha fazendo dos recursos disponíveis – edição de documento, planilhas, escaneamento de imagens, trabalho com fotografias digitais...
"Se no passado a Informática era uma tecnologia distante do meu mundo, no meu futuro ela estará cada vez mais presente!" escrevi eu em 03/05/2008

As atividades realizadas na interdisciplina de REPRESENTAÇÃO DO MUNDO PELA MATEMÁTICA foram postadas em um pbwiki individual – hoje, pbworks. O site com as temáticas, leituras e demais propostas, convidativo, me fez relembrar conteúdos que não trabalho com meus alunos da Educação Infantil, mas que necessitam de uma base sólida para serem efetivamente construídos e compreendidos mais adiante. Assim, Classificação e Seriação, Números e Operações e Espaço e Forma foram unidades que agregaram sentido e variedade ao meu planejamento na turma do Maternal 2 A, como exemplificam algumas postagens do presente blog:

Formas geométricas na Educação Infantil
"... vimos que é possível trabalhar classificação com geometria, através de exercícios bastante instigantes. Assim, fomos desafiadas a usar a criatividade e propor uma atividade bem interessante que abordasse esse assunto. ...
Turma:Maternal II A (2 anos e 5 meses a 3 anos)
Atividade:Interação com sólidos geométricos.
Objetivos:
- manipular e pintar os objetos oferecidos;
- descobrir e apontar algumas semelhanças e diferenças entre os sólidos geométricos utilizados;
- separar os objetos pintados em grupos, conforme as características reconhecidas;
- auxiliar na montagem de móbiles para enfeitar a sala de aula.
Desenvolvimento:
A professora oferecerá diversos objetos para serem pintados pelos alunos com tinta apropriada, pincel ou a própria mão, em quantidade suficiente para que cada um possa escolher e pintar dois, três ou quatro, se assim o desejar. Os objetos que serão utilizados são:
- caixas de papelão, de tamanhos e formatos diversos, viradas pelo avesso e coladas novamente;
- latas vazias sem os rótulos;
- rolinhos de papelão (de papel higiênico, papel-toalha...), coladas nas extremidades para que fiquem fechadas;
- bolinhas de isopor de diferentes tamanhos;
- alguns sólidos montados com papel-cartão, como pirâmides, prisma pentagonal ou hexagonal.
Depois dessa manipulação inicial, esperar que a tinta seque e propor a observação dos objetos, levando os alunos a perceberem a existência ou ausência de pontas, os cantos, a forma cilíndrica... tudo isto com termos adequados ao seu vocabulário, é claro. Durante essa discussão, separar os objetos em grupos, de acordo com as características observadas e verbalizadas e montar, com o auxílio das crianças que ainda estiverem interessadas, um móbile com cada grupo de sólidos. ..."
"Organizei os meus alunos de Maternal II A (2 anos e 4 meses a 2 anos e 10 meses) na rodinha sobre o colchonete e iniciei um diálogo muito simples sobre compras...
Depois de esgotada essa discussão inicial, apresentei as notas de dinheiro de brinquedo e expliquei que esse dinheirinho é de brincadeira, “de continha”, mas parecido com aquele que as pessoas usam para pagar as compras nas lojas, supermercados, farmácia, etc. Propus, então, que brincássemos de mercado e organizamos na sala algumas mesas e cadeiras com potes, caixinhas, frascos e embalagens vazias de produtos presentes no nosso dia-a-dia...
É claro que surgiram pequenas disputas pelos papéis e produtos considerados mais interessantes – o caixa, o empacotador, o cereal, o condicionador “grande”, mas esses conflitos são naturais e contribuem para a assimilação de valores, posturas e certamente fortalecem os laços afetivos entre o grupo. Minha interferência também se fazia necessária quando alguém monopolizava o capital disponível. Ouvindo os argumentos usuais, o “ganancioso” acabava dividindo o dinheirinho com os amigos.Enquanto brincavam livremente de comprar, vender e transportar suas compras, pude observar a reprodução de gestos, falas e costumes dos adultos, o que ocorre também em outras simulações de situações do cotidiano..."
Classifico os estudos sobre Concepções de Natureza e Sociedade e a relação ser humano com o ambiente; Ciclos da Natureza e noções de Tempo e Espaço, em REPRESENTAÇÃO DO MUNDO PELAS CIÊNCIAS NATURAIS como imprescindíveis na formação de nossas crianças/alunos, uma vez que elas “representam a geração que, futuramente, tomará conta do nosso planeta.” E em muitas das práticas propostas pela interdisciplina, houve a contemplação dessa necessidade, conforme registro em...

Pesquisando, reaproveitando e... inovando!
“... Depois de assistir as apresentações “O Sol da Meia-noite” e “Luz e Sombra”, na biblioteca da interdisciplina no ROODA e de ler os textos "O Sol que Cura e o Sol que Mata", de Alexandre Feldman, "Os Domingos Precisam de Feriados", de Nilton Bonder, e "A Difusão do Pensamento de Edgar Morin na Pesquisa em Educação Ambiental no Brasil", de Adriana Piva, deveríamos elaborar um planejamento para desenvolver estudo sobre “ciclos da natureza” com nossos alunos.Algumas questões a serem abordadas:a) fatores ambientais necessários para manutenção do equilíbrio deste ciclo;b) importância deste ciclo para a preservação das espécies animais e vegetais;c) importância deste ciclo para a humanidade;d) interferência do ser humano no desequilíbrio deste ciclo;e) conseqüências para a sobrevivência da humanidade causadas pelo desequilíbrio deste ciclo.E agora? Meus alunos são tão pequenos...Mesmo assim, acredito que consegui realizar uma atividade importante e pertinente no Maternal II A, contando a história de uma cadeia alimentar com recursos visuais e discutindo alguns aspectos muito simples com as crianças...
Esta atividade está detalhada no webfólio da disciplina de Ciências, no Rooda, nomeada comomod 2 at 2 ciclos cristina luiza metz hanauer.doc "

Concepções de Natureza
“...Considerando as relações possíveis entre os saberes alternativos de alunos e professores e o conhecimento científico, bem como a importância de ambos no Ensino de Ciências, as idéias de certo e errado são, mais uma vez, relativizadas: o erro dos alunos passa a ser fonte de reflexão para o professor. Isso, aliado ao conhecimento e análise de alguns processos históricos de constituição de teorias científicas, pode gerar a manipulação de alguns dos instrumentos do processo de produção de conhecimentos, tais como:- a construção de problemas de investigação, de relações entre fatos e fenômenos;- a criação de explicações hipotéticas, de situações experimentais e de justificativas;- a testagem de hipóteses;- a busca de informações através de pesquisas bibliográficas;- um novo posicionamento em relação às informações adicionais;- a observação de regularidades e discrepâncias;- a descrição de fenômenos naturais;- a comparação dos dados observados com os dados da literatura;- a coordenação de conceitos de diferentes disciplinas – interdisciplinaridade;- a integração de diferentes informações;- a escolha de critérios de classificação;- a tomada de decisões, a emissão e o confronto de opiniões.Enfim, cabe ao educador consciente encontrar alternativas pedagógicas que tratem aciência como processo descontínuo de construção de conhecimentos e de verdades sempre provisórias, desconstruindo universalismos e mostrando aos seus alunos a parcialidade dos conhecimentos produzidos em nossas sociedades.”
Na primeira aula presencial de REPRESENTAÇÃO DO MUNDO PELOS ESTUDOS SOCIAIS, o desafio: trazer um registro antigo ou recente da trajetória de “fazer-se” professora de Estudos Sociais que evoque experiências do período em que foi estudante e/ou da sua prática docente. O livro de minha irmã mais nova, igual ao meu, me fez recordar as “aulinhas” à sombra das bergamoteiras, onde simulávamos testes em que as notas quase sempre eram “MB” (Muito Bom). Esse recorte de memória, juntamente com a construção de uma linha do tempo pessoal, impulsionou as reflexões sobre minha trajetória discente e docente em Estudos Sociais e, as demais desconstruções e reconstruções sobre os temas propostos, que motivam mudanças na vida profissional e pessoal, como cito em trecho de postagem da época:

“O fórum Tecendo redes de aprendizagens no Planejamento de Estudos Sociais, propôs a criação de um espaço de tecitura de saberes/fazeres docentes, que auxiliasse na discussão e na elaboração de um planejamento em Estudos Sociais, trocando experiências, compartilhando e concretizando situações educativas que integrem a escola, a comunidade e a cidade em que vivemos e educamos...
Quais redes de aprendizagem em Estudos Sociais vocês, educadores, visualizam no cotidiano de sala de aula?... os questionamentos da professora Simone, ... acabam revelando nossas fraquezas como cidadãos e também como educadores. Quando ela cita uma leitura da Pedagogia presencial (Casa Grande & Senzala, do Gilberto Freyre) para compreendermos grandes choques culturais, especialmente com as culturas indígena e africana, fico apreensiva com as lacunas da minha formação inicial e com a escassez de tempo para investir no aperfeiçoamento dessa formação.Pensando nisso, estou decidida a me licenciar em um dos concursos de 27 horas semanais, a partir de março ou abril de 2009; reorganizando com sacrifício o já complicado orçamento familiar para poder investir em qualidade de vida com maior realização pessoal e profissional!”

As atividades visando a construção das noções de tempo e espaço, assim como de pertencimento a um grupo social, mereceram atenção redobrada na minha sala de aula, depois de eu mesma ter vivenciado as experiências significativas propostas pela interdisciplina.

Brincando com o corpo e construindo noções de espaço na Educação Infantil descreve atividade primária de fundamental importância para as crianças dessa faixa etária – 3 anos, por contribuir com a sua percepção espacial de forma concreta e lúdica.

Finalmente, em SEMINÁRIO INTEGRADOR IV continuamos os registros relativos às aprendizagens de cada interdisciplina do semestre, além de iniciar o PLANO DE ESTUDOS INDIVIDUAL, cujo objetivo foi ajudar a desenvolver a autonomia discente... Confesso que organizar meus estudos é uma questão de disciplina, mas ir além daquilo que é obrigatoriamente exigido pelo curso já extrapola, de certa forma, minhas possibilidades reais de administrar 10 horas diárias na escola, casa, família, lazer... Mesmo assim, me propus a ampliar meus conhecimentos sobre o uso de algumas das ferramentas tecnológicas ao meu alcance: programas para edição de fotos, vídeos, imagens...; criação de apresentações de slides, funções do teclado e da multifuncional e de outras possibilidades disponíveis nos softwares instalados. E ainda explorar os programas HP Photosmart Essential, Microsoft PowerPoint, Nero StartSmart e outros, se possível, para qualificar os registros sobre minhas aprendizagens acadêmicas, alguns aspectos do desenvolvimento dos meus alunos e também fatos da história familiar. De certa forma, alcancei vários dos objetivos propostos.

2007/2 - Muitas interdisciplinas...


As 11 temáticas oferecidas pela interdisciplina de ARTES VISUAIS oportunizaram uma visão ampla e ao mesmo tempo detalhada de algumas questões importantes sobre o ensino na área. Informações gerais e ocasiões que repercutiram positivamente na minha vida pessoal - assunto para conversas, visita à Bienal - e também na minha prática profissional, na época com alunos de 1 a 2 anos, e nos anos seguintes com alunos de 3, 4 e 5 anos.

Destaco, a seguir, os assuntos estudados e as principais aprendizagens construídas a partir de cada um deles:

Metodologia Tradicional: professor autoritário, ação centrada na transmissão de conteúdos reprodutivistas e na preparação dos alunos para o mercado de trabalho com programas de ensino para desenvolvimento de destrezas e não para liberdade de criação.

Metodologia da Escola Nova: ideal de livre-expressão, com educadores que defendiam uma educação através da arte que privilegiasse a imaginação, a intuição e a inteligência da criança.

Metodologia Tecnicista: comprometimento com o sistema capitalista e objetiva "ensinar a fazer", sendo figura central o sistema técnico de organização da aula, com modalidade pedagógica totalmente diretiva.

Proposta Triangular: na década de 1980, o Ensino de Arte busca resgatar conteúdos da área com intuito de marcar a disciplina como área de conhecimento no currículo escolar. Como nos diz Mirian Celeste Martins (1998), o que se pretende nas aulas de arte, nessa perspectiva, é a interação da criança com o campo da arte, o seu contato direto com ela, tal como é previsto nos Parâmetros Curriculares Nacionais. Em 1996 foi aprovada no Brasil a LDB 9394/96, na qual a arte configura-se como componente curricular obrigatório, tal como previsto nos PCNs de Arte, a partir de quatro linguagens: artes visuais, teatro, dança e música. (Fonte consultada: Páginas da interdisciplina de Artes Visuais, PEAD/UFRGS, 2007)
Temática 2
Tendências contemporâneas no ensino de arte
Mudanças impulsionadas pela fundamentação teórica da doutora Ana Mae Barbosa, denominada Proposta Triangular que, segundo a autora, “é construtivista, interacionista, dialogal, multiculturalista e é pós-moderna por tudo isto e por articular arte como expressão e como cultura na sala de aula”. (Barbosa, 1998, p.41)

Temática 3
O ensino da arte numa perspectiva multiculturalista
Valorização das diferentes culturas, como indígena, africana e popular, assim como as propostas artísticas contemporâneas, nos currículos escolares.

Temática 4
Cultura Visual
Segundo Fernando Hernández (2007, p. 22): a expressão cultura visual refere-se a uma diversidade de práticas e interpretações críticas em torno das relações entre as posições subjetivas e as práticas culturais e sociais do olhar. Desse ponto de vista, quando me refiro (. . .) à cultura visual, estou falando do movimento cultural que orienta a reflexão e as práticas relacionadas a maneiras de ver e de visualizar as representações culturais e, em particular, refiro-me às maneiras subjetivas e intrasubjetivas de ver o mundo e a si mesmo.

A partir disso, passei a adaptar as propostas com meus alunos utilizando imagens do cotidiano deles - de jogos, ilustrações de revistas e livros, filmes, moda, quadrinhos, super-heróis... - contemplando atividades práticas e o fazer artístico – relacionadas aos assuntos em estudo. Algumas evedências em:
Mesmo trabalhando na Educação Infantil, onde a história da arte não é abordada, considero interessante ter conhecimento da história da arte, o que me permite ter uma visão mais abrangente do processo cultural e histórico de determinados povos ou épocas.

Considerando como espaços de arte - formais ou informais - todos os lugares onde podemos estar em contato com obras, artistas, exposições, música, teatro, apresentações artísticas, eventos culturais, festas populares... reforço para meus alunos (e familiares) que a arte está presente em nosso cotidiano...
Independentemente do nome, os projetos devem abranger: uma outra atitude pedagógica que valoriza a construção do conhecimento e uma intenção continuamente avaliada e replanejada. O projeto do grupo 9 - sobre a inspiração do artista - contemplou essa e outras concepções estudadas na interdisciplina.

Segundo Fernando Hernández, o processo avaliativo se dá ao longo de todo o seu percurso e os momentos de avaliação indicam novos caminhos a serem percorridos em busca dos objetivos propostos. Fico feliz ao perceber que eu já venho adotando essa postura no decorrer de minha profissão!

Temática 9
O desenvolvimento gráfico e escultórico da criança
Unidade fundamental no meu trabalho com os "pequenos", na identificação e estímulos adequados a cada fase de desenvolvimento e a cada aluno, em particular.

PRIMEIRO ESTÁGIO: pode ser identificado como o da rabiscação ou garatuja - descontrolada e depois controlada - no qual o desenho é um prolongamento do gesto e não tem nenhuma significação intencional.

SEGUNDO ESTÁGIO: a criança está em trânsito para o segundo estágio gráfico, quando as manifestações gráfico-plásticas evidenciam formas fechadas, realizadas a partir dodomínio do gesto e da percepção e a ação de desenhar torna-se intencional, com a descoberta da relação existente entre desenho e realidade (início da figuração).

TERCEIRO ESTÁGIO: a capacidade de observação vai influindo no modo de expressão e o meio cultural circundante – a linguagem, as imagens e os costumes – atua de forma a aproximar a criança da sua realidade, com a tendência de registrar tudo que lhe interessa.

QUARTO ESTÁGIO: corresponde à adolescência - período de mudanças físicas, mentais, emocionais e sociais - e aflora a preocupação com a representação realística, com interesse no uso da perspectiva nos desenhos e pinturas.

Na representação dos objetos de forma tridimensional, a criança também segue certos padrões, de acordo com seu desenvolvimento cognitivo, sócio-afetivo e percepetivo-motor.

ETAPA I - Explorações de materiais (chapadas criculares).
ETAPA II - Movimentos mais complexos (esferas).
ETAPA III - Hastes (só comprimento e direção da forma são importantes).
ETAPA IV - Acrescentada a terceira dimensão.
ETAPA V - A criança usa, em suas construções, os volumes e as hastes.
ETAPA VI - Utilização de placas (formas bidimensionais) agregadas para representar os planos de construção do objeto.
ETAPA VII - Placas se tornam tridimensionais.
ETAPA VIII - A criança procura diferenciar o tamanho das formas, suas proporções, orientação espacial, etc...

Temática 10
As especificidades da linguagem visual
Ao repensar minha prática educativa, intensifiquei atividades para identificação de semelhanças e diferenças nas leituras de imagens do meio, bem como das produzidas pelos alunos, além de incentivar a apreciação e exposição dos trabalhos realizados, individualmente ou em grupo. Também dei mais liberdade de escolha e expressão aos alunos, quanto aos materiais e técnicas utilizados, o que estimulou a crescente autonomia dos mesmos.
Além dos tradicionais, há também materiais sofisticados ou alternativos que podem ser utilizados nas produções plásticas, mesmo com alunos da Educação Infantil: (papel, lápis de cor e grafite, carvão, giz de quadro e de cera, tintas, corantes e anilinas, nanquim, canetas esferográfica, hidrocor e para retroprojetor, argila, massas comestíveis e massa de modelar, sucatas diversas, lãs, linhas e tecidos, elementos da natureza, gesso, EVA... Alguns desses materiais proporcionaram momentos criativos inesquecíveis para meus alunos...

Repensar a práxis, revisar paradigmas, examinar novas possibilidades e construir novos saberes foi um desafio constante nos estudos propostos em ESCOLA, PROJETO PEDAGÓGICO E CURRÍCULO. Inicialmente, externei minhas concepções sobre os papéis, saberes e espaços do professor e da escola na sociedade, minha trajetória na construção da identidade de professora, processos de ensino-aprendizagem e problematização da (minha) prática docente, conceitos prévios de Currículo, Projeto Político-Pedagógico, Didática e Currículo, entre outras particularidades. Após as leituras, discussões e reflexões realizadas, ampliei meu conhecimento sobre as determinações sociais e epistemológicas que atravessam a vida da escola, bem como do currículo como organizador das práticas da escola e dos professores e como orientador do Projeto Político-Pedagógico, em nova construção na minha escola. Alguns exemplos de reflexões realizadas:

O amplo roteiro da interdisciplina de LITERATURA INFANTO JUVENIL E APRENDIZAGEM não foi inteiramente cumprido por falta de tempo, acredito, mas as práticas realizadas melhoraram o planejamento e a aplicação das minhas intervenções na contação de histórias, bem como ampliaram algumas de minhas concepções sobre elementos da narrativa, contos de fadas, fábulas e poesias infantis. Uma importante mudança de postura descrita em:

Os enfoques de LUDICIDADE E EDUCAÇÃO, nas diferentes abordagens como aulas práticas e discussões virtuais, viabilizaram muitas e profundas relações com a minha prática em Educação Infantil, onde prezo o brincar como um recurso pedagógico riquíssimo e fundamental para o desenvolvimento sadio da criança. Então...

1. Jogo, brinquedo, brincadeira, ludicidade: questões etimológicas, históricas, conceituais e culturais
2. Psicologia do Jogo: perspectiva psicanalítica e psicogenética do jogo; origem e evolução
3. O jogo e a Educação dos Anos Iniciais: procedimentos e recursos para a observação, análise e intervenção na situação lúdica. A mediação da brincadeira
4. Jogos e brinquedos artesanais
5. Jogos eletrônicos
... resultaram em intervenções como...

Quem está escondido?

As animadas aulas presenciais, juntamente com as propostas de pesquisa - preferências musicais próprias e das crianças, atividades musicais da cidade - e os textos críticos como "Por que você ouve tanta porcaria?" fizeram de MÚSICA NA ESCOLA uma interdisciplina útil para a ampliação de meus conhecimentos gerais na área. Além disso, o enfoque "MPB para crianças" originou momentos inesquecíveis para meus alunos, nesse ano e nos seguintes...
MPB para crianças

Em SEMINÁRIO INTEGRADOR III, criamos o Portfólio de Aprendizagens, este blog destinado aos registros sobre as aprendizagens mais significativas do curso de Pedagogia a Distância, além de debater o filme "Doze homens e uma sentença" para conceituar ARGUMENTOS e EVIDÊNCIAS.
Argumentos... evidências... o que são, afinal?

Na aula presencial da interdisciplina TEATRO E EDUCAÇÃO, interagimos com a professora Celina, tutores e colegas em divertidas brincadeiras possíveis de serem utilizadas com os alunos. A proposta do Inventário Criativo, planejamento de atividades depois de diversas leituras sobre a arte em questão, foi discutida e documentada. As trocas de iéias também renderam atividades com meus alunos, exemplificadas em...

Caminhar... cair... levantar!

Referências:

BARBOSA, Ana Mae. Tópicos e Utópicos. Belo Horizonte: C/ Arte, 1998.

HERNÁNDEZ, Fernando. Catadores da cultura visual. Porto Alegre: Mediação, 2007.