domingo, 25 de abril de 2010

NOVOS DESAFIOS DO ATO DE AVALIAR...



Na elaboração do Projeto de Estágio - ou Carta de Intenções - destaquei alguns objetivos pessoais de aprendizagem através da realização do estágio curricular do curso. Um desses objetivos refere-se ao complexo ato de avaliar: pretendo, pois...

"Reestruturar meus registros de avaliação dos alunos, através de estudos, pesquisas e troca de idéias com colegas, professores e tutores, significando ainda mais o caráter formativo desse instrumento."

Formativo, porque acompanha percursos de aprendizagem muito particulares, nos quais as situações de avaliação não devem apenas avaliar e medir o que a criança ainda não conseguiu aprender, mas apontar intervenções adequadas que contribuam para o avanço de cada um dos aprendizes.

Pesquisando sobre o assunto, eis que me deparo com um conceito abordado por Paulo Freire: o de coerência. Para ele, adotar diretrizes pedagógicas de modo conseqüente implica em uma prática por elas orientada, até em seus aspectos mais corriqueiros.

"As qualidades e virtudes são construídas por nós no esforço que nos impomos para diminuir a distância entre o que dizemos e fazemos", escreveu o educador."

Como posso falar – ou escrever – sobre avaliação formativa sem refletir constantemente sobre o conteúdo trabalhado, o modo de trabalho e os resultados obtidos? Esta análise comprometida implica na revisão do conteúdo e no planejamento de atividades significativas para cada criança. E como saberei o que é realmente significativo para cada criança? Acredito que, além de observá-la, devo dialogar e interagir com ela nas mais variadas situações e, ainda, viabilizar uma ferramenta de autoavaliação através da qual eu possa, talvez, entender o que sabe sobre os conteúdos estudados, como ela está pensando, o que já aprendeu e o que falta - ou quer - aprender.

Nessa perspectiva, os instrumentos que utilizo são variados (observações, registros escritos, coletânea das produções mais significativas do aluno...), mas tenho plena consciência de que preciso organizar essas informações de modo a diagnosticar sistematicamente a construção de saberes específicos, capacidades, habilidades e aspectos ligados ao desenvolvimento pessoal e social do educando, utilizando-as realmente para repensar minha prática e não apenas como subsídio para redigir o Parecer Descritivo entregue aos familiares.

Então, na tentativa de otimizar esse processo de organização dos registros, criei uma tabela (?) a ser utilizada em cada trimestre, faltando apenas o que considero o mais difícil: definir uma estratégia eficiente para coletar as informações referentes à autoavaliação desses sujeitos cujas idades oscilam entre 4 anos e 7 meses e 6 anos e 3 meses!






Conversa em grupo ou individual? Registro com desenhos? Dinâmica familiar?

E sigo pesquisando...



domingo, 18 de abril de 2010

O REGISTRO DAS REFLEXÕES SOBRE A PRÁTICA EDUCATIVA




Ao estabelecer meus nobres e sinceros objetivos pessoais de aprendizagem durante o estágio, sentimentos estranhos passaram a me afligir, em virtude de serem eles absolutamente desproporcionais ao tempo de que disponho para alcançá-los, pelo menos por enquanto. Uma dessas metas, em especial, exige de mim um grande esforço:

Adquirir o hábito de registrar reflexões diárias ou semanais mais detalhadas, pelo exercício contínuo e sistemático dessa prática, originando um aperfeiçoamento do meu fazer pedagógico em todos seus aspectos.

Como esses registros são uma exigência dessa etapa do curso, reduzi ainda mais as horas do meu repouso noturno e realizei, nessa primeira semana, esse exercício de auto-avaliação – que sempre fiz mentalmente – por escrito. Em decorrência dessa sistematização de ideias mais formal, eis que surge a necessidade de pesquisar sobre diversos e importantes assuntos relacionados com a minha prática na Educação Infantil e, percebo, através desses estudos, o quão distante estou ainda da apropriação de certos conceitos... Ou será a minha compreensão acerca dos mesmos que se aprimora a cada nova investida? O papel do brincar, a construção da noção espacial, o estímulo à socialização do afeto e a relação dos objetos de transferência com a aprendizagem escolar são algumas das questões sobre as quais me questiono frequentemente e para as quais estarei mais motivada a buscar respostas.

Mesmo enfrentando inúmeras dificuldades para conciliar todas as atribuições dos vários papéis que desempenho, estou convicta de que manterei o hábito de realizar esse tipo de reflexão sobre o planejamento pensado e desenvolvido com meus alunos mesmo depois de concluído o estágio (e o curso!), quando terei até mais tempo para essa mui benéfica e enriquecedora atividade docente.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

O QUÊ? COMO? PARA QUÊ?



Planejar 9 semanas de aula com tanta antecedência foi, realmente, um excelente exercício mental, mesmo atuando há 8 anos na Educação Infantil, sempre estruturando meu fazer pedagógico por meio de Projetos de Trabalho. Além do cronograma geral de todo o período de estágio, foi preciso antever atividades, recursos, estratégias, saídas de campo e outros tantos elementos imprescindíveis nessa complexa atribuição do cargo de professor.


Compreendo o planejamento educativo no cotidiano escolar como um processo de reflexão, pois este envolve todas as ações e situações do meu trabalho. A elaboração de um roteiro detalhado para promover a efetiva construção do conhecimento deve oportunizar a interação entre os sujeitos envolvidos no processo e com o meio, proporcionando experiências múltiplas e significativas para o grupo de crianças. Um posicionamento crítico do educador diante de seu trabalho docente se faz necessário, conferindo flexibilidade e, portanto, liberdade para repensá-lo, buscando novos significados para sua prática pedagógica.


O planejamento marca a intencionalidade do processo educativo e os registros sistematizados dessa programação podem ser caracterizados um instrumento orientador do trabalho docente.


A forma de documentar esse planejamento é uma questão de organização pessoal, mas o conteúdo que lhe serve de base e a relação com os seus fundamentos precisa ser analisada.


No meu caso, a questão pode ser expressa com questionamentos aparentemente fáceis de responder:


O que é... para que é... e para quem é elaborado o planejamento na Educação Infantil?


Como afirma o professor José Fusari, fundamental “não é decidir se o plano será redigido no formulário X ou Y, mas assumir que a ação pedagógica necessita de um mínimo de preparo”.


Ao analisar meu trabalho, alegro-me ao constatar que minha visão de mundo, de criança, de educação, de processo educativo contribui positivamente na educação escolar de meus alunos e na sua formação pessoal, é claro. Ao selecionar um conteúdo, uma atividade, uma música... quanto de mim permanece eternizado na humanidade? E na forma de encaminhar e conduzir os trabalhos, que legado estarei deixando para o mundo?


Entretanto, lacunas existem, sim, em minha prática profissional e uma delas, confesso,

é a dificuldade de planejar com relativa antecedência, como nos foi solicitado agora, no estágio do curso de Pedagogia a Distância. Certamente, no decorrer desse período de intensas trocas e reflexões, a forma como penso e registro meu planejamento será aprimorada, especialmente no que se refere ao seu caráter reflexivo.


O TEMPO DIRÁ!

domingo, 4 de abril de 2010

(RE)LEITURA DA MINHA REALIDADE ESCOLAR

A primeira atividade proposta neste semestre - a criação de um pbwork individual e com status privado - me desafia, mais uma vez, a publicar inúmeras informações pessoais e profissionais. Logo eu, uma pessoa tão discreta, avessa a esse tipo de comportamento que julgo imprudente. Entretanto, como é um espaço para ser utilizado durante o estágio curricular, organizei com prazer uma breve apresentação, relatando minha formação e experiência profissional. Foi um exercício curioso: relembrei um percurso que, em certos pontos, exigiu a tomada de decisões importantes, e todas essas opções, conscientes ou não, configuram o que sou hoje...

Em seguida, as descrições da escola, da sala de aula e da turma oportunizaram um olhar mais atento sobre uma realidade que eu acreditava conhecer a fundo... Porém, as especificidades de cada época, de cada espaço e de cada indivíduo desse contexto, bem como as minhas próprias, conferem um caráter transitório a muitos dos elementos analisados. Um exemplo disso é a caracterização da comunidade escolar, cujas peculiaridades mudam a cada ano.

Durante a organização desses dados, a consulta ao Projeto Político Pedagógico da escola foi de extrema importância e, mesmo sendo esse um documento recente, sua releitura, agora sob um novo olhar, motivou novas reflexões e contribuiu no planejamento e na elaboração de atividades criativas para aplicação no Nível V, minha turma.

Desde já, anseio por visitar os registros de minhas colegas estagiárias a fim de me inteirar da realidade de outros espaços escolares. Mesmo não tendo concluído ainda as minhas descrições, estou certa de que serão retratos fiéis do meu amado espaço de trabalho.