Na elaboração do Projeto de Estágio - ou Carta de Intenções - destaquei alguns objetivos pessoais de aprendizagem através da realização do estágio curricular do curso. Um desses objetivos refere-se ao complexo ato de avaliar: pretendo, pois...
"Reestruturar meus registros de avaliação dos alunos, através de estudos, pesquisas e troca de idéias com colegas, professores e tutores, significando ainda mais o caráter formativo desse instrumento."
Formativo, porque acompanha percursos de aprendizagem muito particulares, nos quais as situações de avaliação não devem apenas avaliar e medir o que a criança ainda não conseguiu aprender, mas apontar intervenções adequadas que contribuam para o avanço de cada um dos aprendizes.
Pesquisando sobre o assunto, eis que me deparo com um conceito abordado por Paulo Freire: o de coerência. Para ele, adotar diretrizes pedagógicas de modo conseqüente implica em uma prática por elas orientada, até em seus aspectos mais corriqueiros.
"As qualidades e virtudes são construídas por nós no esforço que nos impomos para diminuir a distância entre o que dizemos e fazemos", escreveu o educador."
Como posso falar – ou escrever – sobre avaliação formativa sem refletir constantemente sobre o conteúdo trabalhado, o modo de trabalho e os resultados obtidos? Esta análise comprometida implica na revisão do conteúdo e no planejamento de atividades significativas para cada criança. E como saberei o que é realmente significativo para cada criança? Acredito que, além de observá-la, devo dialogar e interagir com ela nas mais variadas situações e, ainda, viabilizar uma ferramenta de autoavaliação através da qual eu possa, talvez, entender o que sabe sobre os conteúdos estudados, como ela está pensando, o que já aprendeu e o que falta - ou quer - aprender.
Nessa perspectiva, os instrumentos que utilizo são variados (observações, registros escritos, coletânea das produções mais significativas do aluno...), mas tenho plena consciência de que preciso organizar essas informações de modo a diagnosticar sistematicamente a construção de saberes específicos, capacidades, habilidades e aspectos ligados ao desenvolvimento pessoal e social do educando, utilizando-as realmente para repensar minha prática e não apenas como subsídio para redigir o Parecer Descritivo entregue aos familiares.
Então, na tentativa de otimizar esse processo de organização dos registros, criei uma tabela (?) a ser utilizada em cada trimestre, faltando apenas o que considero o mais difícil: definir uma estratégia eficiente para coletar as informações referentes à autoavaliação desses sujeitos cujas idades oscilam entre 4 anos e 7 meses e 6 anos e 3 meses!
Conversa em grupo ou individual? Registro com desenhos? Dinâmica familiar?
E sigo pesquisando...