sábado, 29 de novembro de 2008

FASES DA VIDA ADULTA... teoria e prática!

Em dois momentos deste semestre, discutimos sobre vários aspectos da vida adulta: psicológico, biológico, intelectual, relacional, familiar, amoroso, profissional e financeiro. Tivemos a oportunidade de refletir sobre sentimentos e atitudes e, o que é mais importante, houve espaço para falar sobre isso!

O objetivo?

Tentar fazer uma relação entre a teoria e o que ocorre em termos de comportamentos do adulto.

Na aula 3 - Discutindo as fases do adulto; tentamos relacionar as fases descritas por Erikson e os comportamentos - nossos próprios e de outros - observados para a construção do quadro da aula 2.

Na aula 5 - Transformações na vida adulta; avançamos na discussão com o questionamento O que eu ganho sendo adulta (o)?

O texto Transformações na convivência segundo Maturana foi indicado como sugestão de leitura.

Em ambos os fóruns, algumas constatações se repetiram nas palavras de vários participantes:

- cada fase da vida apresenta novos desafios, novas aprendizagens, que implicam em novas construções;
- como adultos, precisamos encontrar o equilíbrio entre o desejo e a necessidade, e isso nem sempre é fácil;
- o desenvolvimento biológico nem sempre caminha junto com o desenvolvimento intelectual e afetivo;
- é muito difícil ser adulto;
- é muito bom ser adulto!


AVALIAÇÃO... classificatória ou formativa!?

O segundo módulo da interdisciplina me fez pensar, mais uma vez, sobre a avaliação escolar, considerada por muitos – educadores, pais e alunos - um verdadeiro “bicho-de-sete-cabeças”.

O texto base Organização Curricular da Escola e Avaliação da Aprendizagem destaca que a concepção de avaliação também deve ser debatida, discutida e estabelecida na construção do PPP pela comunidade escolar - Pais, Professores, Alunos e Funcionários. Além disso, aponta o currículo e a avaliação da aprendizagem escolar como faces indissociáveis de uma mesma moeda, que ocorrem simultaneamente.

AVALIAÇÃO CLASSIFICATÓRIA: caracteriza-se pela aplicação de instrumentos como questionários, provas, trabalhos escritos em geral, em períodos regulares (final de cada mês, bimestre ou semestre) com o objetivo de verificar a quantidade de informações que os alunos assimilaram naquele período, classificando-os em escalas de notas ou de conceitos tratados como se fossem notas. É uma concepção intensamente questionada, mas ainda utilizada por muitos professores.

AVALIAÇÃO FORMATIVA: preocupa-se com o processo de aprendizagem dos alunos ao longo do desenvolvimento curricular e ocorre por meio do seu acompanhamento, com o objetivo de reorientá-los a cada dificuldade encontrada. Possibilita uma intervenção imediata no processo de aprendizagem, permitindo que o currículo em desenvolvimento seja reconstruído durante o processo, comprovando sua natureza dinâmica no atendimento das necessidades dos alunos.

MINHA REALIDADE:
Na escola em que atuo, a avaliação considera o processo de aprendizagem ao longo do desenvolvimento curricular. Acontece através de um acompanhamento centrado nos progressos dos alunos e a troca de informações entre os professores, equipe de apoio e familiares é constante – não apenas trimestral. Isso agiliza as intervenções necessárias, que visam o bem-estar dos alunos e seu pleno desenvolvimento físico, afetivo e cognitivo.


Finalmente, cito uma definição que explicita o caráter formativo da avaliação, com a qual concordo plenamente:

A avaliação é uma das atividades que ocorre dentro de um processo pedagógico. Este processo inclui outras ações que implicam na própria formulação dos objetivos da ação educativa, na definição de seus conteúdos e métodos, entre outros. A avaliação, portanto, sendo parte de um processo maior, deve ser usada tanto no sentido de um acompanhamento do desenvolvimento do estudante, como no sentido de uma apreciação final sobre o que este estudante pôde obter em um determinado período, sempre com vistas a planejar ações educativas futuras. (FERNANDES. FREITAS. 2007, p. 47)

Educação: políticas públicas e desigualdade no Brasil



Confesso que foi um tanto difícil relacionar o texto Desigualdades educativas estruturais no Brasil: entre Estado, privatização e descentralização com a realidade da minha escola e com a realidade da educação gaúcha.

Por quê?

Felizmente, trabalho numa escola e num município, até, em que a realidade (ainda) não é tão angustiante quanto a descrita no texto. Os gestores da rede municipal de ensino, de um modo geral, se esforçam para qualificar cada vez mais a educação em Ivoti. Há investimentos no aperfeiçoamento pessoal e profissional dos professores e funcionários da rede e, além disso, as famílias dos alunos, em sua maioria, auxiliam nas despesas com propostas e materiais diferenciados. Isto, sem dúvida, contribui para uma melhor qualidade do ensino.

A riqueza das atividades pedagógicas oferecidas aos alunos não está vinculada à renda de seus pais e a eficiência do sistema público pode ser comparada à eficiência do privado, pois os recursos disponíveis dentro de cada rede se assemelham bastante.

E devido a essa considerável qualidade do ensino, muitas famílias de classe média mantêm seus filhos nas escolas municipais, estabelecendo, inclusive, uma forte rede de apoio - financeiro, técnico e pedagógico - conferindo às escolas um caráter democrático onde seus atores - alunos, docentes, administradores e pais – mostram-se conscientes da função política da escola e de seu papel na formação do cidadão. E muitos já compreendem que reformas estruturais são infinitamente mais importantes do que realizações materiais visíveis.

Assim, espalhando pequenas sementes - invisíveis - através do meu trabalho com os pequenos, vejo a diferença que faço no ambiente em que atuo e na vida de cada um dos meus alunos. Espero poder ver, também no futuro, os bons frutos provenientes das pequenas “reformas” que ajudo a implementar nas práticas educativas e nas relações entre os membros da comunidade escolar.


sábado, 22 de novembro de 2008

REFLEXÕES SOBRE NOSSA NOBRE PROFISSÃO




No módulo 5 da interdisciplina de ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DA EDUCAÇÃO – Profissionais da Educação – fomos desafiadas a debater sobre as políticas de formação e valorização dos profissionais em educação no Brasil, refletindo sobre as condições do trabalho docente, a formação inicial e continuada dos professores e as concepções inerentes à profissão.

Após a leitura dos textos...

Os Trabalhadores Docentes no Contexto de Nova Regulação Educativa: Análise da Realidade Brasileira

Políticas Públicas para a Formação de Profissionais da Educação Básica.

...analisei também as lacunas presentes em minha prática. Algumas dessas lacunas têm origem em minha formação, outras nas condições de trabalho oferecidas e outras nos significados que eu mesma atribuo a esses fatores, ou seja, como reajo aos mesmos e como me posiciono frente a eles.
Uma matéria da edição 2088 da Revista Veja, de 26 de novembro de 2008, traz uma opinião interessante sobre a questão da formação de professores. A antropóloga Eunice Durham, uma das maiores especialistas em ensino superior brasileiro, não tem dúvida: os cursos de pedagogia perpetuam o péssimo ensino. Outra boa fonte de informação e reflexão, disponível em:

http://veja.abril.com.br/261108/entrevista.shtml


quinta-feira, 13 de novembro de 2008

PESQUISA DE CAMPO



Na aula presencial do dia 20 de agosto, recebemos as primeiras orientações sobre os Projetos de Aprendizagem: depois de formarmos um grupo de acordo com nossas afinidades, escolhemos uma pergunta geradora da pesquisa e redigimos nossas dúvidas e certezas sobre a temática. Organizamos um mapa conceitual inicial sobre a temática da pesquisa e criamos um wiki para usarmos como ambiente de trocas, postagens, enfim, para a efetiva construção do nosso trabalho:


COMO A TELEVISÃO INFLUENCIA NA EDUCAÇÃO?

Virtualmente, trocamos idéias sobre as estratégias de pesquisa, bem como materiais interessantes - reportagens, textos, vídeos, entrevistas... Todas as integrantes do grupo colaboraram na busca das informações para responder à grande pergunta da pesquisa, sanar as dúvidas e comprovar as certezas.

Um recurso eficaz escolhido pelo grupo foi o da entrevista: pais e filhos, questionados sobre vários aspectos da televisão, sua programação e o uso que fazem desse veículo de comunicação em massa, surpreenderam em algumas perguntas e, em outras, responderam de acordo com o que havíamos imaginado!

Eis uma rápida análise dos resultados dessa pesquisa:
“...a maioria dos pais – ou melhor, das mães – se preocupa com o que os filhos assistem na televisão, pois têm consciência da sua influência na educação das crianças e jovens. Os filhos, ao contrário dos pais, não têm um olhar tão crítico com relação ao conteúdo da tevê aberta, pois muitos assinalaram que ela “não torna as pessoas mais consumistas, não expõe à violência, não atrapalha o desempenho escolar”... Um espanto!”

MARX e MÉSZAROS

Escola, Cultura e Sociedade propôs diálogos entre nós, com clássicos como Marx e também com autores contemporâneos como Mészáros. Mais do que lê-los e discuti-los, tentamos entender como e em que nos ajudam a conhecer, ler, compreender e intervir em nossa realidade.
No fórum Marx e Mészáros, fomos desafiadas a refletir e discutir as idéias fundamentais de dois pensadores de épocas distintas, argumentando como os pensamentos destes autores ajudam a compreender a realidade da educação brasileira.


O economista, filósofo e socialista judeu-alemão, Karl Marx (1818 – 1883), foi um dos maiores pensadores revolucionários do século XIX. Suas idéias, no entanto, só alcançaram grande repercussão no século XX, após a revolução que criou a União Soviética. Para ele, as lutas sociais decorriam da Revolução Industrial na Europa e do conflito entre o burguês e o proletário. A história da humanidade sempre fora marcada pela luta de classes, cuja intensidade variava com o tempo. Na Antigüidade clássica, por exemplo, ela se dava pelo permanente confronto entre os senhores e os escravos. Na Idade Média, o conflito entre as classes evidenciava-se no esforço dos servos e dos vilãos (plebeus) para se emanciparem do domínio que os senhores feudais exerciam sobre eles.

Marx tinha uma visão otimista do destino da humanidade: acreditava que a batalha final, travada entre os capitalistas e os operários, levaria à vitória dos operários, que representavam a maioria da sociedade. A partir de então, se constituiria um mundo ideal onde todas as diferenças de classe desapareceriam e a igualdade entre os homens finalmente aconteceria!!! Com essa revolução social, escreveu ele ao encerrar O manifesto comunista, em 1848, “os proletários nada têm nada a perder, a não ser seus grilhões. E têm um mundo a ganhar.”
Como cientista social, a maior contribuição de Karl Marx foi seu estudo sobre o funcionamento da sociedade capitalista, cujo primeiro volume, intitulado O capital, surgiu em 1867, o único publicado em vida. Iniciando pela análise da produção das mercadorias, realiza uma impressionante descrição do sistema capitalista, sua evolução e suas transformações. Segundo ele, o capitalismo era um sistema historicamente datado e, portanto, sujeito a desaparecer no tempo. Sua existência, tal como acontecera com o escravismo e o feudalismo, terminaria com uma grande crise, uma espécie de catástrofe geral da economia e das instituições. A previsão de Marx era a de que a falência do capitalismo ocorreria nos países mais industrializados da Europa. Contraditoriamente, essa concepção marxista veio a triunfar na Rússia e na China, países rurais e atrasados.


István Mészáros, nascido em 1930, na Hungria, com doze anos e meio já trabalhava como operário em uma fábrica de aviões de carga, tendo que mentir a idade em quatro anos para isso. Começou a trabalhar como assistente de Georg Lukács, filósofo húngaro, em 1951 e seria indicado como seu sucessor na universidade de Budapeste, mas a invasão soviética de 1956 forçou-o a sair do país. Sua experiência como trabalhador e estudante na Hungria “socialista” foi determinante para a compreensão da educação como forma de superar os obstáculos da realidade. Professor da Universidade de Sussex, na Inglaterra, é um dos principais pensadores marxistas da atualidade, aliás, um pensador radical.

Ele denuncia a falsidade da idéia de que chegamos ao fim do imperialismo e da era dos impérios, apresentando uma crítica corajosa que demonstra a agressividade da política norte-americana num mundo onde a globalização se caracteriza pela degradação ambiental, pela desvalorização do trabalho, pelos massacres dos povos, pela perda dos sentidos e dos valores de humanidade e de vida social, impondo ao mundo uma política de destruição próxima de seu limite.

Foi muito prazeroso e instrutivo pesquisar e discutir sobre esses dois geniais pensadores, refletindo sobre as diferentes concepções do humano, escola, educação, cultura, sociedade e educação escolar no Brasil e no mundo.

TRABALHO EM GRUPO... DE NOVO?


Na primeira aula presencial de Psicologia da Vida Adulta - realizada no dia 03 de setembro de 2008 – recebemos as orientações iniciais sobre os Projetos Temáticos. Minha reação, confesso, foi de um certo “desconforto”, pois este tipo de trabalho sempre dá muito “trabalho”... Formamos os grupos, de acordo com as afinidades e interesses dos integrantes e cada um escolheu um(a) líder.

Optamos pelo tema “A cultura de ter filhos” e logo começamos a pensar nos pontos principais da pesquisa:
- as razões para ter ou não filhos;
- as cobranças - de quem e por quê?
- o perfil das mães;
- filhos planejados e não planejados...

Desde a primeira versão, a interação entre o grupo foi crescendo e desenvolvemos um PowerPoint melhor a cada versão publicada nos webfolios. O resultado? Um trabalho de pesquisa e criação muito dinâmico, no qual a líder desempenhou um papel importantíssimo. (Um beijão, Marga!)

O ppt pode ser acessado no seguinte endereço:

cristina_projetotematico_versao3.pps

CONSCIÊNCIA E PARTICIPAÇÃO



No módulo 4 – Elementos Fundamentais da Gestão Democrática – assistimos a um vídeo de entrevistas sobre o tema: http://videogestoademocratica.pbwiki.com/

Muito esclarecedor e, ao mesmo tempo, desafiador, pois nos lembrou que a gestão democrática é um processo lento e gradual. É preciso ter paciência para ver os resultados dessa caminhada conjunta de toda a comunidade escolar.

O fórum de discussão nos desafiou a refletir e escrever sobre a seguinte questão:

“Quais são os elementos (concepções, instrumentos, processos) fundamentais da gestão democrática escolar?”

Mais uma vez, este recurso possibilitou a troca de opiniões e uma melhor compreensão de determinados conceitos através da interação, mesmo à distância, entre o grupo de colegas, professores e tutores.

Destaco minhas participações na discussão, em que apresento os pontos principais da temática, na minha opinião:

“Uma gestão escolar democrática envolve PAIS, PROFESSORES, FUNCIONÁRIOS e ESTUDANTES em discussões e decisões, implementadas através de vários mecanismos de participação:-eleição de direção democrática, comprometida com os interesses da comunidade escolar;-construção coletiva do projeto político-pedagógico da escola;-criação de órgãos como Conselhos Escolares, Conselho de Classe...;-fortalecimento da participação dos estudantes em grêmios estudantis;-luta pela progressiva autonomia da escola;-instituição de uma nova cultura na escola, incluindo a vivência e construção de novas formas de relacionamento interpessoal.


Um trecho da primeira parte do vídeo me chamou a atenção, em especial: um telespectador de Tocantins (orientador de aprendizagem) relatou que a tentativa de implantação de gestões democráticas em educação esbarra na fragilidade das relações da chamada tríplice aliança (escola, família, sociedade) que tem papel fundamental no sucesso da democracia na gestão escolar. Estas não estariam atuando de forma harmoniosa, mas isoladamente, e impondo a culpa pelo fracasso escolar no processo de ensino-aprendizagem aos demais.Uma das convidadas do programa SALTO PARA O FUTURO, a supervisora de educação da secretaria municipal de Porto Alegre, ressaltou que, para a teoria tornar-se prática, nesse caso, é preciso conciliar opiniões e isso faz parte de um processo demorado, não-linear. Isabel cita ainda que um dos pressupostos da democracia é trabalhar de forma positiva os conflitos, já que não há consensos pré-estabelecidos.

Mais uma vez, posso me orgulhar de trabalhar num ambiente privilegiado, em que as pessoas, pais, professores e alunos, têm voz e vez! Tomara que continue assim...”